Ex-líder das Farc é recapturado na Colômbia; partido fala em ‘traição’ de acordo de paz

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2019 17h28
Reprodução/JP Reprodução Líderes do partido formado após a dissolução das Farc pediram respeito ao cumprimento do acordo de paz

Pouco depois de deixar a penitenciária de La Picota, em Bogotá, o ex-líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Jesús Santrich, foi detido novamente. Líderes do partido político fundado após a dissolução da organização criticaram a decisão do Ministério Público, e afirmaram que a ação representa uma “traição” e uma “violação” do acordo de paz assinado com o governo do país em 2016.

Um helicóptero da Polícia Nacional pousou no pátio central do complexo penal minutos depois da soltura para levar Santrich à sede principal da Procuradoria-Geral da Colômbia, na capital do país.

Promotores afirmaram que “novas evidências” justificaram a prisão de Santrich, que ganhou a liberdade do JEP pela garantia de não extradição concedida aos ex-integrantes das Farc no acordo de paz.

As Farc se manifestaram em uma mensagem publicada no Twitter.

“Santrich acaba de ser recapturado na porta de La Picota. Mesmo assim, ninguém apagará a vitória contra os inimigos da paz assinada por um homem de infinita dignidade. Continuaremos lutando e resistindo. Venceremos”.

A parlamentar Sandra Ramírez, também do partido das Farc, afirmou que a nova prisão de Santrich é mais um ataque ao acordo de paz e denunciou que a medida desacata a ordem da JEP.

“A demora da libertação foi só para gerar outra montagem. Fazemos um apelo à comunidade internacional sobre essa violação dos direitos humanos”.

O senador Pablo Catatumbo, que também integrou o comando das Farc, classificou o fato como “inédito” e pediu que as organizações internacionais garantam o cumprimento do acordo de paz.

Santrich foi preso pela primeira vez em 9 de abril, acusado de praticar tráfico de drogas após a assinatura do pacto. Caso seja considerado culpado, o ex-guerrilheiro será julgado pela Justiça comum, e não pelo JEP.

*Com EFE

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