Fechar fronteira é ato ‘de desespero’ de governo que ‘está se deteriorando’ na Venezuela, diz especialista
O fechamento da fronteira da Venezuela com o Brasil é uma atitude de desespero do ditador Nicolás Maduro. Essa é a avaliação do professor e mestre em direito internacional Manuel Furriela. O venezuelano anunciou que fechará a fronteira terrestre na noite desta quinta-feira (21) e que também pensa em interromper o acesso a partir da Colômbia.
“O governo de Maduro sofre de uma angústia, está se deteriorando. Grande parte das autoridades internacionais não o reconhece mais como aquele que comanda os destinos do país. É uma atitude de desespero”, afirmou em entrevista ao Jornal Jovem Pan.
De acordo com Furriela, o que mantém o venezuelano no poder é o apoio das Forças Armadas. “Ou seja, é um apoio de força, uma demonstração clara à população de que, caso seja necessário, será utilizada a força para a sua manutenção no poder.”
O especialista analisa que a medida pode ser uma retaliação à possível entrada de ajuda humanitária no país a partir de Roraima. Os recursos são patrocinados pelos Estados Unidos, que busca “desgastar” o ditador e não apenas ajudar a população que carece de alimentos e remédios. Contudo, ele está sendo “cercado por todos os lados”.
Conforme Furriela, o fechamento da fronteira demonstra hostilidade ao Brasil, já que “é muito claro que ele [Maduro] não concorda com a condução” do País pelo presidente Jair Bolsonaro. A medida venezuelana deve entrar em vigor às 21 horas no horário de Brasília.
“A decisão do fechamento é extrema, mas não mostra quem tem força. Pelo contrário, mostra quem não tem prestígio e necessita desse tipo de expediente para mostrar alguma autoridade”, afirma o professor de direito, para quem o governo de Nicolás Maduro “já é considerado uma ditadura mesmo por movimentos de esquerda”.
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