‘Foi ruim, mas sensação é de vitória’, diz brasileiro isolado há 66 dias em Wuhan

  • Por Jovem Pan
  • 26/03/2020 11h08 - Atualizado em 26/03/2020 11h13
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EFE coronavirus-china De acordo com Rodrigo, algumas áreas continuarão restritas mesmo após o dia 8

O brasileiro Rodrigo Duarte passou 66 dias isolado em Wuhan, na China — o primeiro epicentro do novo coronavírus. Ele recusou o convite do governo brasileiro para voltar ainda em janeiro por ter se sentido acolhido na cidade. “Me preparei para ficar aqui e tentei agir em conjunto com a população. Deixei fluir.”

Em entrevista à Jovem Pan ele disse que, agora, dois meses depois, já tem data para voltar às ruas: 8 de abril.

“Os casos estão praticamente zerados, então a situação está se normalizando. Precisamos nos preparar para voltar para a realidade após esses dois meses bem rígidos. A sensação é de vitória, que passamos por isso. Foi ruim, tivemos mais de 2 mil mortos só aqui. Mas passou, saímos dessa.”

Segundo ele, se afastar das notícias negativas e ocupar o tempo livre o ajudou a não se sentir sozinho. “No começo é assustador, mas é preciso deixar a negatividade de lado. Quando eu acordava, a primeira coisa que fazia era olhar os últimos dados. Isso afetava muito meu dia. Comecei a cortar e ocupar minha mente cozinhando, lendo. Isso me salvou.”

De acordo com Rodrigo, algumas áreas continuarão restritas mesmo após o dia 8. Academias, escolas, universidades, atividades esportivas ou que concentram muita gente precisam de um pouco mais de tempo. Precisam ver como as pessoas vão responder para fazer um planejamento mais cirúrgico.”

Apesar da situação amena após dois meses de caos, ainda existe muito cuidado com a higiene. “Ainda uso luvas e máscara, deixo álcool na porta de casa. Também passo pano no chão pelo menos duas vezes por dia com água sanitária”, finalizou.

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