França registra onda de protestos após cortes no orçamento

De acordo com estimativas, cerca de 800 mil pessoas participaram das manifestações em 250 cidades do país, em um movimento batizado de ‘Vamos bloquear tudo’

  • Por da Redação
  • 18/09/2025 17h53
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Photo by JULIEN DE ROSA / AFP manifestações na frança Manifestante pega uma bomba de gás lacrimogêneo disparada pela polícia francesa em Paris, em 18 de setembro de 2025, durante um dia de greves e protestos nacionais convocados por sindicatos contra o orçamento nacional da França

França enfrentou nesta quinta-feira (18) uma nova onda de protestos contra medidas orçamentárias propostas pelo governo. De acordo com estimativas, cerca de 800 mil pessoas participaram das manifestações em 250 cidades do país, em um movimento batizado de “Vamos bloquear tudo”. Os atos ocorrem em meio à discussão do orçamento de 2026 no parlamento francês. O país, que enfrenta forte aumento da dívida interna, anunciou cortes de gastos sob a condução do novo primeiro-ministro, Sebastian Lecnu, no cargo há apenas uma semana.

Entre as propostas que geraram insatisfação estão aumento de impostos, a retirada de dois feriados para ampliar a atividade econômica e a rejeição à cobrança adicional sobre os mais ricos. Um dos pontos de maior debate parte da oposição de esquerda, que defende a taxação de fortunas superiores a 100 milhões de euros, com alíquota anual de 2%.

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Os protestos afetaram serviços essenciais em várias regiões. Escolas, trens, metrôs e até farmácias ficaram fechados. Em algumas cidades, houve confrontos entre manifestantes e policiais, além de registros de vandalismo e incêndios. O impasse se reflete também no parlamento, onde blocos de esquerda, centro e direita não chegam a um consenso sobre o ajuste fiscal.

A medida de taxar os “super ricos” ganhou popularidade entre a população, mas enfrenta resistência do empresariado, um dos pilares de apoio ao presidente Emmanuel Macron. Segundo analistas, Macron enfrenta um dilema: ceder à pressão popular pode enfraquecer sua base política e prejudicar as chances de seu partido nas eleições previstas para o início de 2027. A expectativa, no entanto, é que o governo aguarde o arrefecimento da tensão para tentar negociar individualmente com os diferentes blocos políticos.

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