Governo de Maduro afirma ter desarticulado golpe de Estado promovido pela Colômbia
O governo do ditador venezuelano Nicolás Maduro afirmou, nesta quarta (26), ter desarticulado um golpe de Estado que estaria para acontecer no início desta semana. A manobra estaria sendo planejada com o envolvimento do presidente da Colômbia, Iván Duque.
O ministro de Informação e Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou em discurso que um grupo de ex-integrantes das Forças Armadas planejou tomar o poder e assassinar as principais lideranças do chavismo, entre elas Maduro.
Segundo Rodríguez, o golpe, coordenado pelo ex-militar venezuelano Eduardo José Baéz Torrealba, que está na República Dominicana, contaria com a participação de soldados israelenses, americanos e colombianos, que integrariam três grupos encarregados de assassinar a cúpula do governo chavista.
O movimento também incluía, de acordo com o ministro, a tomada de bases militares e do palácio presidencial de Miraflores. Assim que tomassem o poder, o plano era nomear o general Raúl Baduel como presidente da Venezuela. Antigo aliado do chavismo, Baduel foi preso em 2009 acusado de corrupção.
Rodríguez afirmou que o governo da Venezuela descobriu o movimento após investigações dos órgãos de inteligência e porque os articuladores do suposto golpe entraram em contato com oficiais de todos os braços das Forças Armadas. Os militares teriam informado seus superiores da conspiração em “tempo real”.
O ministro informou que a Venezuela pediu à República Dominicana a prisão e a extradição de Báez Torrealba. Segundo ele, os órgãos de segurança do país têm 56 horas de gravações nas quais é possível ver e ouvir os principais líderes do golpe fracassado coordenando as ações que seriam tomadas contra Maduro e seus aliados.
“Estivemos em todas as reuniões (com um agente infiltrado) para planejar o golpe”, disse. No discurso, Rodríguez fez acusações contra vários líderes da região, em especial contra o presidente da Colômbia por “promover revoltas militares na Venezuela”.
“(Duque) é um promotor de golpes militares contra a Venezuela, é um financiador. Todo o aparelho político da oligarquia de Bogotá está a serviço de ações agressivas contra a democracia e contra a constituição da Venezuela”, acusou Rodríguez.
No fim de abril, o líder opositor Juan Guaidó, considerado como presidente interino da Venezuela por Estados Unidos, Colômbia e mais de 50 países, liderou junto a um grupo de militares uma fracassada tentativa de rebelião.
O movimento provocou uma série de protestos contra o governo, que terminaram com a morte de cinco pessoas. Quase 100 ficaram feridas e mais de 200 foram presas.
Com Agência EFE
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