Governo e oposição venezuelana continuam diálogo nesta quarta-feira
O governo da Venezuela e a oposição continuarão nesta quarta-feira as conversas para tentar chegar a um acordo com o objetivo de fechar a crise do país, informou o presidente da República Dominicana, Danilo Medina.
Após quase cinco horas de reuniões, Medina disse que um documento preparado pelos facilitadores e pelos países acompanhantes foi entregue as partes, que reúne as discussões destinadas a chegar a um acordo e que houve uma espera até hoje para receber comentários sobre o texto, “que será feito especialmente pela oposição que solicitou tempo”.
“Nesta quarta discutiremos as recomendações que podem ser feitas no documento”, acrescentou Medina, ao fim do encontro de ontem, onde se esperava que as partes chegassem a um acordo definitivo.
O Governo e a oposição da Venezuela retomaram hoje em Santo Domingo o diálogo no meio de tensões pelo adianto das eleições presidenciais e com versões opostas sobre se já tinham logrado um acordo definitivo que se fosse a assinar este mesma terça-feira.
Depois que a reunião prevista para a última segunda-feira foi adiada para ontem e que nenhuma das partes viajou para a capital dominicana, o governo e a oposição começaram o encontro desta terça com um cruzamento de declarações entre os porta-vozes das duas delegações sobre a existência de um acordo.
O diálogo é patrocinado pelo governante dominicano, Danilo Medina, e pelo ex-presidente do Governo da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero.
Também conta com a observação da Bolívia, Nicarágua e São Vicente e Granadinas, países convidados pelo governo de Maduro, enquanto que pela oposição participaram Chile e México.
No entanto, o México decidiu se retirar após a convocação unilateral de eleições presidenciais.
Enquanto que o Chile advertiu na semana passada que suspenderá sua participação como acompanhante “se as condições não forem especificadas o mais rápido possível” entre as partes para eleições “presidenciais democráticas, transparentes e de acordo com nas normas internacionais”.
Presidente colombiano pede que se restaure a democracia na Venezuela
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu pela restauração da democracia na Venezuela, que ele disse estar submetida por um “regime ditatorial”, ao falar em entrevista coletiva ao lado do secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, com quem se reuniu na terça-feira em Bogotá.
“É urgente restaurar o canal democrático na Venezuela, pois são os cidadãos que estão sofrendo as consequências de uma ditadura à deriva”, disse o presidente colombiano, em referência ao governo do presidente Nicolás Maduro.
Santos e Tillerson, que está em uma excursão pela América Latina, se reuniram na Casa de Nariño para conversar sobre assuntos da agenda bilateral e regional, como a luta contra o tráfico de drogas e a crise da Venezuela, cujos cidadãos a Colômbia continuará “fornecendo assistência humanitária”, afirmou o chefe de Estado.
“A crise aguda que atravessa o país vizinho – fruto da fracassada revolução liderada pelo presidente Maduro – tem repercussões enormes para a Colômbia e toda a região”, assegurou Santos.
O presidente colombiano afirmou que transmitiu a Tillerson a preocupação de seu governo “pela grave situação que está vivendo o povo venezuelano”, ao qual se adiciona a convocação das eleições presidenciais antes do mês de maio, que foram marginalizados os principais líderes da oposição.
“À grave situação humanitária que o regime ditatorial se nega a reconhecer, agora se soma a convocação das eleições presidenciais, eleições que para nós não teriam validade, pois não oferecem nenhuma garantia”, disse Santos.
Maduro disputará a reeleição nas próximas presidenciais enquanto que a oposição ainda não decidiu a sua participação.
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