Governo espanhol bloqueia preços dos serviços funerários

De acordo com as autoridades, houve aumentos “indiscriminados” de até 2 mil euros nos preços dos serviços oferecidos pelas funerárias

  • Por Jovem Pan
  • 01/04/2020 15h51 - Atualizado em 01/04/2020 15h58
EFE/Alejandro García Cemitério na Espanha. Mortes por coronavírus passam de 8 mil

O governo da Espanha ordenou, nesta quarta-feira, que as empresas funerárias restaurem ou mantenham os preços de seus serviços datados de 14 de março, após detectar aumentos “injustificados” nas tarifas de algumas dessas empresas.

A decisão obriga funerárias que alteraram seus preços a retornarem àqueles que tinham antes da declaração do estado de alarme, a fim de evitar abusos devido à alta letalidade da pandemia do novo coronavírus.

O Ministério da Saúde, Consumo e Bem-Estar Social detectou aumentos “indiscriminados” de até 2 mil euros (cerca de R$ 11,4 mil) no caso de algumas dessas empresas.

Além disso, este departamento e as autoridades regionais estão monitorando outros possíveis “processos especulativos” com produtos com alta demanda de saúde atualmente, como máscara facial e gel desinfetante hidroalcoólico, anunciou o ministro Alberto Garzón.

A Covid-19 já causou mais de 9 mil mortes na Espanha, principalmente nas regiões de Madri (3.865) e Catalunha (1.849), saturando os serviços funerários públicos e privados.

“A especulação não pode ter lugar nessas circunstâncias”, disse o ministro durante entrevista coletiva, apontando contra aqueles que se aproveitam da dor causada pela morte de um parente. Garzón alertou que o governo agirá se esses aumentos injustificados forem confirmados.

Ele explicou que “os preços aumentam exorbitantemente não porque exista uma inovação tecnológica, não por causa de uma melhoria, mas porque existem certos agentes em toda a cadeia que consideram que é um ótimo momento para aumentar seus lucros”, o que “não é razoável”, acrescentou.

O governo regional da Catalunha já tomou medidas sobre os aumentos de preços do setor na última sexta-feira, o que foi duramente criticado pela Associação Nacional de Empresas de Serviços Funerários, pois é “absolutamente incerto”, disse essa entidade, que os preços aumentaram nas últimas semanas.

*Com informações da EFE

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