Governo ucraniano e rebeldes pró-Rússia fecham acordo para troca de prisioneiros
Autoridades ucranianas e rebeldes separatistas pró-Rússia concordaram em fechar um amplo acordo de troca de prisioneiros. Representantes do dois lados afirmaram em comentários transmitidos hoje por emissoras de televisão que a troca acontecerá nesta quarta-feira. A decisão foi anunciada após encontro em Moscou mediado pelo chefe da igreja ortodoxa russa.
Viktor Medvedchuk, representante de Kiev nas negociações, declarou que a Ucrânia está pronta para libertar 306 prisioneiros e espera que os separatistas libertem 74. Ainda não está claro se o acordo cobre todos os prisioneiros de guerra.
O conflito no leste da Ucrânia já provocou a morte de mais de 10 mil pessoas desde 2014. Uma trégua assinada em 2015 estipulava a troca de todos os prisioneiros, mas acredita-se que os dois lados mantêm dezenas, se não centenas, cativos e os usam como instrumento de negociação.
O anúncio
O patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, anunciou o acordo para a troca de prisioneiros entre as autoridades da Ucrânia e as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) no leste desse país.
“Hoje, no Mosteiro de São Daniel, terminou o processo de acordo de todos os detalhes que se referem à troca de prisioneiros entre as RPD e RPL e a Ucrânia”, disse Kirill, citado pela agência “Interfax”.
O chefe da Igreja Ortodoxa Russa fez este anúncio depois de se reunir com os líderes das entidades separatistas de Donetsk e Lugansk, Aleksandr Zakharchenko e Leonid Pasechnik, respectivamente.
De acordo com Zakharchenko, a troca de prisioneiros está prevista para a próxima quarta-feira. No entanto, fontes do governo da RPD indicaram que as autoridades da Ucrânia ainda não confirmaram a aceitação do acordo.
“A parte ucraniana eliminou da lista de troca um número significativo de pessoas, mas nós insistimos que a troca seja ‘todos por todos’, como foi estipulado nos Acordos de Minsk”, disse à “Interfax” um representante dos separatistas de Donetsk.
“As possibilidades de que uma troca aconteça são muito grandes”, acrescentou o representante separatista.
Conforme os últimos dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 10 mil pessoas, entre combatentes e civis, morreram no leste da Ucrânia desde que o conflito começou em 2014.
Com informações de EFE e Estadão Conteúdo
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