Guaidó tenta convencer militares da legalidade de transição política na Venezuela

  • Por Jovem Pan
  • 03/05/2019 18h14
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EFE/Miguel Gutiérrez Juan Guiadó lidera o movimento contra o ditador venezuelano Nicolás Maduro

O autodeclarado presidente interino da VenezuelaJuan Guaidó, disse nesta sexta-feira (3) que a oposição tem procurado conversar com todos os setores dispostos a contribuir para uma “transição política pacífica” no país. Guaidó confirmou que, nas últimas semanas, líderes oposicionistas se reuniram com representantes das Forças Armadas e de outros segmentos a fim de convencê-los da constitucionalidade da destituição de Nicolás Maduro do poder e da realização de novas eleições.

“Vamos conversar com todos os funcionários civis e militares. Não importa de onde venham. [Vamos falar] com todos que estejam dispostos a colaborar com o fim da usurpação, com o governo de transição e com a realização de eleições livres”, disse Guaidó ao participar, em Caracas, de uma entrevista coletiva junto com representantes da Junta Diretiva da Assembleia Nacional.

Nesta quinta-feira (2), o líder oposicionista Leopoldo López disse a repórteres que, embora esteja cumprindo prisão domiciliar com restrições à atividade política, realizou reuniões políticas em sua própria casa e se reuniu com oficiais das Forças Armadas por mais de três semanas. “Na minha condição de preso domiciliar, me reuni com comandantes, com generais e com distintos representantes das Forças Armadas e dos organismos policiais. Nos comprometemos em contribuir com o fim da usurpação”, disse López, referindo-se à ditadura de Nicolás Maduro.

López, Guaidó e outros porta-vozes da oposição asseguram que o objetivo do movimento que tenta catalisar a insatisfação popular em meio a grave crise econômica e política que atinge o país é destituir Maduro do poder e realizar eleições. “É possível uma transição democrática, rápida, para realizarmos eleições livres”, assegurou Guaidó.

Militares

O autodeclarado presidente voltou a garantir que os militares que deixarem de cumprir as ordens chavistas a fim de contribuir para a transição de governo serão anistiados e respaldados. “Não pretendo que os militares se ponham ao lado de Juan Guaidó ou da Assembleia Nacional, mas sim da Constituição que nos garante a realização de uma eleição livre no menor espaço de tempo possível”, disse Guaidó antes de voltar a apelar à população que saia às ruas neste sábado (4).

“Sabemos que temos que continuar com os protestos, de forma cívica, pacífica”, disse Guaidó, refutando perguntas que classificavam como um fracasso a convocação da última terça-feira (30), quando milhares de venezuelanos atenderam ao chamado dos líderes da oposição, que garantiam ter obtido o apoio militar necessário para derrubar Maduro.

“Fracasso é que não haja luz [no estado de] em Maracaibo. Que Maduro continue usurpando funções”, afirmou Guaidó. “Vamos seguir e vamos vencer. Estamos muito perto disso. Temos muito respaldo, e não apenas internacional. Somos cada vez mais [gente] nas manifestações. Há dias em que mais gente sai às ruas, outros em que sai menos, mas continuamos sendo maioria.”

*Com Agência Brasil

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