Gustavo Segré comenta atentado contra Kirschner e critica decreto de feriado: ‘É porque o presidente se sente importante’
Em entrevista ao Pânico, comentarista político nascido no país vizinho não sugeriu conspiração, mas disse que todos os cenários precisam ser avaliados e condenou a atuação do governo
Nesta sexta-feira, 2, o programa Pânico recebeu o comentarista Gustavo Segré. Em entrevista, o argentino trouxe informações sobre o atentado que a vice presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu na noite da última quinta-feira, 1º, em Buenos Aires. “Temos que ser prudentes para não sugerir conspirações, mas é preciso avaliar todos os cenários. Todo o kirchnerismo saiu a empurrar uma vigília na casa, na segunda anterior, já faz tempo. Os peronistas montaram uma vigília empurrando todos os militantes da Cristina para a casa dela, um bairro muito chique. A polícia da cidade colocou uma grade de segurança, ocupou a rua inteira, bombas e estrondos, uma bagunça mesmo. Não quer dizer que seja armação, que seja verdade, a polícia que vai ter que determinar, mas foi muito infeliz a determinação do feriado no dia de hoje”, opinou. “Desde que o fiscal [procurador] começou a pedir a prisão da ex-presidente, é como se não tivesse inflação pobreza, coisa nenhuma. Hoje não tem eleição, estão tentando esticar até as do ano que vem. O que me chama atenção é que foi um brasileiro. O fundamental é que a Justiça investigue e, sobretudo, cuide da segurança desse cara. Toda situação é estranha, mas tem que deixar a Justiça falar.”
Segré também opinou sobre a relação de Cristina Kirchner com o atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, e a atual crise econômica no país. “Alberto é um poste eleitoral. Dilma para Lula é Alberto para Cristina. Foi colocado ali para fazer o que a Cristina mandasse. Fez tudo errado, a Cristina continua mandando na escuridão e o Alberto não está fazendo nada. Feriado nacional não tem nada a ver. É porque ele se sente importante decretando. Terminou mal para Dilma e vai terminal mal para Alberto”, avaliou. “A questão econômica da Argentina está terrivelmente ruim. Eu vejo a Argentina como uma Venezuela no amanhã, e a Venezuela como Cuba no amanhã. Está nesse caminho. O curioso é o que a gente perguntaria para Cristina é como faz o milagre de deixar todos pobres e essa gente vai na sua casa dizer eu te amo? Estranho. Se a pessoa está pobre por causa do governo, como pode defender esse governo? É louco. O segredo do político de esquerda é manter gente pobre com esperança. Não tem argumento. O outro argumento é que a direita conspira contra a democracia, não tem argumento na base econômica”, concluiu.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.