Hipopótamos de Pablo Escobar estão causando problema ambiental na Colômbia
Uma das passagens mais conhecidas da vida de Pablo Escobar é que o traficante tinha quatro hipopótamos em um zoológico particular na Colômbia. Quando ele foi morto, em 1993, o Estado colombiano mandou os animais para outros zoológicos ao redor do mundo, mas decidiu deixar os hipopótamos lá.
Agora, 26 anos depois, isso está causando um problema ambiental no país. Os quatro hipopótamos de Pablo Escobar se reproduziram e, hoje, a Colômbia tem mais de 80 animais correndo soltos. O problema é que os bichos têm um hábito peculiar: eles passam a noite se refrescando dentro de lagos e fazendo cocô na água.
Segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (28) pela Ecological Society of America, a água dos lagos onde os hipopótamos habitam tem qualidade muito inferior a dos lagos sem os animais. Isso acontece porque o cocô deles muda a química da água.
Na prática, a água contaminada pelos hipopótamos tem mais oxigênio e é mais propícia para a proliferação de bactérias e algas nocivas para humanos e outros animais.
Isso é especificamente perigoso na Colômbia porque o ecossistema não está preparado para lidar com essa situação. No lago Victoria, na África, por exemplo, o ecossistema se desenvolveu para lidar com o cocô dos hipopótamos, já que a região é um habitat da espécie, e a mudança química da água não causa tantos transtornos. Já no país latino, os animais que vivem nos lagos ou nos arredores nunca tiveram de lidar com uma situação assim.
O problema não tem perspectiva de melhora: de acordo com o estudo, a população de hipopótamos na Colômbia deve crescer muito nos próximos anos e chegar aos milhares daqui a duas décadas.
O estudo recomenda que o governo colombiano encontre logo uma solução para o problema dos hipopótamos, mas isso não é fácil. Nos últimos anos, as autoridades mandaram biólogos para tentar castrar os animais, mas a iniciativa não deu certo.
Veja abaixo um vídeo dos hipopótamos colombianos:
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