Hong Kong atende pacientes com Covid ao ar livre em meio a explosão de casos
Número casos aumentou 16 vezes nas duas últimas semanas e ameaça eleição para chefe-executivo
O número de casos de Covid-19 aumentou 16 vezes nas duas últimas semanas. A chefe de governo, Carrie Lam, afirma que a ilha enfrenta o pior momento da pandemia de coronavírus até hoje. Só nas últimas 24 horas, segundo a plataforma Our World in Datam, houve 1.448 notificações da doença, e os pesquisadores locais chamam atenção para a possibilidade de chegar a 28 mil infecções diárias. Com a explosão de casos registrados, os hospitais, que já tinham montado leitos temporários próximo ao aeroporto, lotaram rapidamente, fazendo com que estejam operando acima de sua capacidade, segundo autoridades de saúde. Para dar conta de todas as pessoas que têm chegado, alguns estabelecimentos começaram a montar alas, em tendas improvisadas, do lado de fora de seus prédios. O centro médico Caritas, na península de Kowloon, é um deles. Dezenas de pacientes estão alojados do lado externo.
Diante da alta, Carrie Lam admitiu que a resposta do governo não tem sido satisfatória com a sobrecarga dos hospitais e equipes médicas. Como estratégia para lidar com o surto, a chefe-executiva anunciou que aproximadamente 3 mil apartamentos públicos e 10 mil quartos de hotéis vão ser convertidos em unidades de tratamento e mais de 100 milhões de kits para teste vão ser distribuídos aos habitantes de Hong Kong.
Eleição para chefe-executivo pode ser adiada pela primeira vez
Apesar das altas no número de infecções, a hesitação dos idosos de se vacinar e a chegada na cepa do coronavírus detectada na África do Sul, a chefe-executiva disse não haver planos para um lockdown total do território. “Não podemos nos render ao vírus. Isso não é uma opção”, afirmou Lam, em entrevista coletiva, reforçando sua estratégia de “Covid zero”, similar à adotada pela China. O cenário atual pode afetar a eleição para chefe-executivo prevista para 27 de março. Esse fato nunca aconteceu desde que o Reino Unido devolveu Hong Kong a Pequim, em 1997. Lam ainda não confirmou se buscará um segundo mandato de cinco anos. E dada a gravidade e velocidade da última onda de Covid-19, a situação será revisada continuamente.
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