Imigrantes que ficaram 20 dias em alto-mar começam greve de fome contra ‘detenção’ em Malta
Uma greve de fome foi iniciada por parte dos 49 imigrantes salvos por duas organizações não governamentais no Mar Mediterrâneo, em dezembro passado. Eles desembarcaram em Malta depois de 20 dias em alto-mar e protestam conta “detenção” na ilha.
A missão humanitária “Mediterranea Saving Humans” informou nesta quinta-feira (7) que essas pessoas sofrem situação de “detenção arbitrária” em Malta, onde chegaram em 9 de janeiro depois que oito países da União Europeia acertarem uma “distribuição”.
Contudo, a maior parte desses imigrantes permanece há dois meses em um abrigo para solicitantes de asilo na cidade de Marsa, no sul do país, sem saber qual será o futuro. Assim, eles iniciaram uma greve de fome na última terça-feira (5).
A missão – composta por associações italianas – ainda explicou que o objetivo deles é “protestar contra o regime de detenção a que foram ilegalmente submetidos e exigir que sejam esclarecidos os processos de realocação que os Estados-membro estão promovendo”.
Essa realocação dos imigrantes – promovida por países da União Europeia – é considerada por eles “totalmente arbitrária”. A organização não informou, entretanto, quantas pessoas estão participando desse protesto nem se há previsão para término.
Entenda
O grupo de imigrantes foi resgatados por navios das ONGs alemãs Sea Watch e Sea Eye. Ao longo de três semanas, eles ficaram em alto-mar, à espera de um porto em que pudessem atracar. Nenhum país, como Malta e Itália, queria permitir o desembarque.
Em 9 de janeiro, o governo de Malta permitiu que os navios atracassem depois de chegar a um acordo com outros oito países da comunidade europeia sobre a posterior recepção destas pessoas. As discussões sobre a distribuição dessas pessoas ainda acontece.
Delegações da Alemanha e da França foram para Marsa e alguns imigrantes não tiveram a possibilidade de viajar para esses países por motivos “escusos” e sem que a recusa fosse informada por escrito, de acordo com a Mediterranea Saving Humans.
Outros imigrantes não tiveram “notícia alguma” sobre a mudança nem passaram pela primeira fase do processo de asilo. “Desconhecemos qual será o destino destas pessoas e quanto tempo vai durar a detenção”, lamentou a missão humanitária.
*Com informações da EFE
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