Índia debate projeto que exige consentimento dos pais para casamentos por amor

Objetivo da iniciativa é reduzir a fuga de moças da casa paterna para contrair matrimônio

  • 01/08/2023 22h53 - Atualizado em 02/08/2023 10h18
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ANA CAROLINA SACOMAN/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:50157 Índia Iniciativa sobre o consentimento dos pais para casamentos por amor gerou um debate no país asiático

O governo do Estado indiano de Gujarat enviou uma proposta para requerer o consentimento dos pais para que as mulheres se casem por amor. O objetivo da iniciativa é reduzir a fuga de moças para contrair matrimônio. A iniciativa gerou um debate no país asiático nesta semana. O chefe do governo regional, Bhupendra Patel, sugeriu no último domingo, 30, que “seja realizado um estudo sobre os incidentes de fuga de meninas para ver se existe a possibilidade de pedir o consentimento (obrigatório) dos pais” para os casamentos por amor. A pesquisa foi encomendada pelo ministro da Saúde estadual, Rushikesh Patel, e será realizada “se a Constituição o apoiar”, comentou o governante.

A proposta só atraiu a atenção da imprensa indiana um dia depois, quando foi desaprovada por um dos deputados oposicionistas na Assembleia Legislativa de Gujarat, Imran Khedavala. “A aprovação dos pais deve ser obrigatória nos casamentos por amor em Gujarat. Os pais criam as suas filhas durante 18 a 20 anos e a menina que está loucamente apaixonada casa com qualquer desempregado, qualquer viciado ou qualquer jovem desagradável e arruina a sua vida”, afirmou Khedavala no Twitter. 

A proposta de Patel surge quatro meses depois de um membro do seu partido, o Partido Bharatiya Janata (BJP), mesma sigla do primeiro-ministro Narendra Modi, ter exigido na assembleia de Gujarat uma emenda similar à lei para que exija o consentimento dos pais para o casamento. Gujarat é um dos principais redutos do nacionalismo hindu, linha que ocupa ampla maioria na assembleia. O Estado é o local de nascimento e o berço político de Modi, que atuou durante 13 anos como chefe do governo regional antes de dar o salto para a política nacional depois de vencer as eleições gerais em 2014 e repetir a vitória em 2019.

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