Irã convoca embaixador britânico por ter participado de protesto
Ministério das Relações Exteriores diz que a presença em reuniões ilegais ‘não está relacionada com suas responsabilidades’; Robert Macaire garante que foi à vigília pelas vítimas da queda do avião ucraniano
O Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou neste domingo (12) o embaixador britânico em Teerã, Robert Macaire, por participar de um protesto neste sábado. Segundo um comunicado expedido pela Chancelaria, a presença de embaixadores estrangeiros em reuniões ilegais “não está relacionada com suas responsabilidades” e é contrária à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.
Macaire, que chegou a ficar detido por cerca de uma hora, negou que tenha participado da manifestação e garantiu que foi a um evento anunciado como uma vigília para as vítimas da queda de um avião ucraniano, que matou 176 pessoas, entre elas três britânicos. Autoridades iranianas confirmaram que o abate foi causado pelas Forças Armadas do país “por engano”.
O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse no Twitter que o embaixador britânico foi “preso como estrangeiro desconhecido em uma reunião ilegal”.
“Quando a polícia me informou que prenderam um homem que alegava ser o embaixador do Reino Unido, eu disse impossível! Somente depois da minha conversa telefônica com ele eu o identifiquei e 15 minutos depois ele estava livre”.
Expulsão
De Londres, o secretário de Estado da Segurança do Reino Unido, Brandon Lewis, afirmou hoje que a prioridade do governo britânico em relação ao Irã é tentar “diminuir a tensão”. Em uma sessão no Parlamento realizada neste domingo, vários deputados iranianos propuseram expulsar Macaire.
Manifestantes pediram, também, pelo fechamento da embaixada do Reino Unido em Teerã. Cerca de 200 pessoas gritaram “Morte ao Reino Unido” e palavras semelhantes contra os Estados Unidos, além de atear fogo à bandeira britânica, cercadas por uma ampla mobilização policial.
As forças de segurança estão concentradas em outras áreas do centro de Teerã, como a Praça Azadi e várias universidades, para evitar possíveis concentrações, como as que ocorreram ontem, onde o governo foi alvo de críticas pela queda do avião.
* Com EFE
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