Irã exige que Turquia interrompa ‘imediatamente’ operação na Síria
O governo do Irã exigiu nesta quinta-feira (10) que a Turquia interrompa “imediatamente” a operação militar iniciada na última quarta-feira (9) na Síria e retire as tropas mobilizadas no nordeste do país árabe.
A ofensiva lançada pela Turquia contra as milícias curdo-sírias causará “amplos danos humanos e materiais”, advertiu em comunicado o Ministério das Relações Exteriores iraniano. O órgão diz que compreende as preocupações de segurança da Turquia, mas prevê que uma ação militar “não aliviará” essa situação.
“A situação atual na região é o resultado da interferência estrangeira, particularmente dos Estados Unidos“, ressaltou o ministério.
O Irã se diz pronto para atuar na mediação entre Turquia e Síria e acredita que “a solução da tensão só será possível através de medidas pacíficas e respeitando a soberania nacional e a integridade territorial da Síria”, segundo o texto.
As autoridades iranianas, que apoiam o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, expressaram oposição à operação militar da Turquia, que começou na véspera.
O presidente do Irã, Hassan Rohani, argumentou na quarta-feira que a segurança no norte da Síria depende unicamente do Exercito sírio e que os curdos devem apoiar as forças do regime de Assad.
Já o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, cancelou a viagem oficial que faria a Istambul nesta quinta-feira em resposta à operação militar turca.
Os turcos lançaram a operação após os Estados Unidos anunciarem no domingo passado a retirada das tropas americanas da região onde colaboraram nos últimos anos com as milícias curdas no combate ao Estado Islâmico (EI).
Irã e Turquia participam juntos com a Rússia no processo de paz da Síria em Nursultan, no Cazaquistão, mas o governo iraniano defende o regime sírio, enquanto o turco apoia alguns grupos da oposição armada.
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá com urgência nesta quinta-feira para abordar a ofensiva turca no nordeste da Síria, que já foi condenada por vários países.
*Com informações da EFE
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