Iraque registra mais mortos durante protestos e internet é bloqueada no país
Pelo menos duas pessoas morreram e outras 23 ficaram feridas, na noite da segunda-feira (4), em confrontos entre forças de segurança e manifestantes na província de Dhi Qar, ao sul de Bagdá, ao mesmo tempo que as autoridades bloquearam o acesso à internet pela primeira vez nesta segunda onda de protestos.
Em comunicado divulgado através das redes sociais, a Comissão de Direitos Humanos do Iraque confirmou nesta terça as duas mortes em Dhi Qar.
A Comissão, responsável pela contagem do número de vítimas durante os protestos no país que tiveram início no mês passado, lamentou que a “violência diária entre as forças de segurança e manifestantes tenha recomeçado”, depois de uma certa calmaria nos últimos dias.
Os incidentes coincidiram com um bloqueio generalizado da internet que ocorreu à meia-noite e afetou a maioria das províncias iraquianas, informou em seu site o observatório NetBlocks – uma plataforma que monitora a censura da internet.
De acordo com a NetBlocks, durante os protestos no sul do Iraque, a conectividade caiu abaixo de 19% e afetou “dezenas de milhões de usuários” em Bagdá, na província de Basra (sul) e na cidade santa xiita de Kerbala (centro), enquanto a região do Curdistão foi a única que não foi prejudicada pelo bloqueio.
Esta é a primeira vez que o acesso à internet foi restringido nesta segunda onda de protestos, a “mais severa”, segundo o observatório. Já que as autoridades bloquearam conexões durante as manifestações contra a corrupção e o desemprego no início de outubro.
No entanto, os iraquianos têm sido capazes de acessar a rede nesta manhã de terça-feira, embora de maneira interrompida, diz o NetBlocks.
Nesta terça-feira, os manifestantes cortaram as principais vias da capital com pneus em chamas e as forças de segurança dispersaram a multidão com gás lacrimogêneo para abrir as estradas, disse à Agência EFE uma fonte do Ministério do Interior iraquiano.
Essa nova onda de manifestações, iniciada há dez dias, reivindica mais serviços básicos e menos desemprego e corrupção, além de uma mudança de Governo. Durante esses protestos, 157 pessoas morreram, incluindo oito membros das forças de segurança.
*Com informações da EFE
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