Israel diz que está atacando principal hospital de Gaza: ‘Operação de precisão contra o Hamas’

Exército israelense afirma que trata-se de uma investida ‘seletiva’; Hamas fala em tiroteio ‘por todos os lados’

  • Por Jovem Pan
  • 14/11/2023 23h03 - Atualizado em 14/11/2023 23h04
Khader Al Zanoun / AFP hospital em Gaza Pacientes e deslocados internos são fotografados no hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) anunciaram que estão atacando, na noite desta terça-feira, 14, o hospital Al-Shifa, um dos maiores da Faixa de Gaza. Em comunicado, o exército israelense afirmou que trata-se de uma operação “seletiva” e de “precisão” contra o grupo Hamas. “Com base na informação de inteligência e na necessidade operacional, as Forças de Defesa de Israel realizam uma operação seletiva e de precisão contra o Hamas em um setor específico do hospital Al-Shifa”, comunicou. Horas antes da operação, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza afirmou que recebeu um comunicado de Israel sobre sua intenção de realizar a investida no local. Milhares de pessoas, entre pacientes, profissionais de saúde e civis deslocados pela guerra, estão amontoadas neste complexo que, segundo o Hamas, está cercado “por todos os lados” pelas tropas israelenses e está no meio de “tiros intensos”. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusa o Hamas de esconder no hospital um posto de comando estratégico e de usar civis como “escudos humanos”, algo que o movimento islâmico nega.

Seguindo a mesma linha de Israel, o porta-voz de Segurança Interna da Casa Branca, John Kirby, disse que os Estados Unidos têm informações de que o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina estão usando alguns hospitais da Faixa de Gaza, entre eles Al-Shifa, e os túneis sob eles para operações militares e para esconder reféns e armas. “Eles armazenaram armas lá e estão preparados para responder a uma operação militar israelense contra essa instalação”, o que configura “crime de guerra”, disse. Apesar disso, Kirby afirmou que o país norte-americano não apoia um ataque no local. “Os EUA não apoiam o ataque aéreo a hospitais, nem querem ver um tiroteio no hospital, onde pessoas doentes e indefesas estão tentando obter o atendimento médico que merecem. Os hospitais e os pacientes devem ser protegidos. E isso apenas mostra como a operação militar é desafiadora, porque o Hamas criou raízes profundas entre a população civil, e Israel agora tem um fardo adicional a suportar devido à forma como o Hamas atua”, acrescentou. O Hamas, por sua vez, respondeu aos EUA que suas declarações “dão luz verde” a Israel para cometer “mais massacres brutais” contra instalações médicas no território palestino.

*Com informações da AFP e da EFE

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