Itamaraty diz que Brasil se absteve na ONU para evitar polarização

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que a decisão poderá dificultar o diálogo para a paz, e que o ‘Governo brasileiro apoia as medidas adotadas pelas Nações Unidas em resposta ao conflito’

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2022 17h30
REUTERS/Andrew Kelly Ronaldo Costa FIlho Embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, durante reunião da Assembleia Geral da ONU

A Assembleia Geral da ONU se reuniu nesta quinta-feira, 7, e decidiu pela suspensão da Rússia do Conselho dos Direitos Humanos. O Brasil se absteve da votação. Em nota, o Itamaraty declarou que o motivo da escolha por não apoiar a decisão é “por entender que a iniciativa implicará polarização e politização das discussões do CDH” e que “poderá resultar no desengajamento dos atores relevantes e dificultar o diálogo para a paz”. No comunicado, o Ministério das Relações Exteriores declarou que “considera importante preservar os espaços de diálogo, por meio de respostas que favoreçam o engajamento das partes em defesa da proteção dos direitos humanos e da paz” e enfatizou que “o Governo brasileiro apoia as medidas adotadas pelas Nações Unidas em resposta ao conflito”.

O Itamaraty ainda lembrou que: “no início de março, votamos a favor da resolução adotada pelo CDH intitulada ‘Situação dos direitos humanos na Ucrânia em decorrência da agressão russa'” e informou que “a situação dos direitos humanos na Ucrânia permanecerá sob consideração atenta do Governo brasileiro, à luz de investigações a serem conduzidas pela Comissão de Inquérito do CDH e por outros órgãos independentes, com base nas evidências coletadas”. Durante a reunião, o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, também explicou o motivo da abstenção. Ele alegou que “acredita que a comissão de inquérito deve ter permissão para concluir sua investigação independente para que as responsabilidades possam ser determinadas”, disse o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho. Em relação a Bucha, ele declarou estar profundamente preocupado com supostas violações de direitos humanos na Ucrânia, e está “totalmente comprometido em encontrar maneiras de cessar imediatamente as hostilidades e promover um diálogo real que leve a uma solução pacífica e sustentável”.

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