Japão: brasileiros relatam restrição a compra de máscaras e álcool em gel

  • Por Jovem Pan
  • 31/01/2020 12h06
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EFE/EPA/FRANCK ROBICHON Apesar de receosos, brasileiros não planejam deixar o Japão

As máscaras cirúrgicas já são um hábito de idosos e crianças no Japão, geralmente usadas como forma de prevenção para doenças que são geralmente transmitidas no inverno. Com a ameaça do coronavírus, doença que teve seu epicentro em Wuhan, na China, elas começaram a sumir das prateleiras e ter quantidade de compra restrita em algumas cidades.

“No Japão, é um costume antigo usar máscaras cirúrgicas, porque há muitas doenças infecciosas transmitidas principalmente no inverno, mas nunca tinha visto faltar o acessório. Esta é a primeira vez. Eu tenho em casa, porque criei o hábito de também usar. As pessoas estão com muito medo da doença”, disse Paulo Henrique Martinez, de 36 anos, brasileiro que mora no Japão há 30 anos. Atualmente, ele vive em Toyohashi, que fica a 300 km de Tóquio.

Martinez não planeja retornar ao Brasil, mas assim como os cidadãos de Toyohashi – onde ainda não á registro de caso suspeito – redobrou os cuidados para evitar a infecção. “Não é obrigatório [usar máscara], mas muita gente já adotou. E algumas empresas mandaram os funcionários trabalharem em casa pelas próximas duas semanas.”

Nagoya, capital da região metropolitana, também não possui suspeitas, mas já impõe aos moradores um limite nos itens mais procurados, como máscaras e embalagens de álcool em gel.

A brasileira Lígia Silvate mora no Japão há seis meses, e conta que o volume de procura têm aumentado assim como o número de infectados com o vírus.”Nesta semana, só pude comprar oito unidades de máscaras e uma embalagem pequena de álcool em gel. A restrição existe porque a demanda cresceu muito e em muitas lojas já não se acha mais os produtos. Muita gente também está comprando termômetro”.

Ela tem se surpreendido com a mudança da rotina na cidade. Poucas pessoas têm saído de casa. Por volta de meio dia desta sexta-feira, 31, (horário do Japão), as ruas estavam quase vazias. “Até fiquei surpresa, mas dá para perceber que muitas pessoas estão usando máscaras para se protegerem, até dentro dos supermercados”. A brasileira trabalha com outros brasileiros, peruanos e filipinos em uma fábrica de automóveis, e conta que todos estão muito apreensivos.

Um pacote de máscaras brancas feitas de fibra, com oito unidades, custa 218 ienes – cerca de R$ 8,50. Máscaras de fibra com forro, com cinco unidades, saem por 560 ienes, R$ 22. Autoridades de saúde orientam o descarte da máscara após o uso.

“O uso é comum para se proteger de viroses e também para evitar passar doenças para os outros”, disse Lígia. Ela também não pensa ainda em retornar ao Brasil por causa do vírus. “Vou permanecer no Japão por enquanto. Estou acompanhando as ações adotadas pelas autoridades, mas observo que ainda não há motivo para pânico.”

* Com informações do Estadão Conteúdo.

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