Jerusalém registra novos incidentes horas depois do início da trégua entre Israel e Faixa de Gaza

Apesar do episódio de violência na Esplanada das Mesquitas, ambas as partes continuaram respeitando o acordo de cessar-fogo enquanto reivindicam a vitória no conflito que durou 11 dias

  • Por Jovem Pan
  • 21/05/2021 13h41
Godot13 Wikimmedia Commons Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém A Esplanada das Mesquitas, onde fica a Mesquita de Al-Aqsa, voltou a ser palco de confrontos entre fiéis muçulmanos e policiais israelenses

A Polícia de Israel voltou a entrar em confronto com palestinos na Esplanada das Mesquitas nesta sexta-feira, 21. Segundo a agência de notícias da Palestina Wafa, 15 muçulmanos ficaram feridos depois que as autoridades israelenses decidiram interferir em uma celebração que os fiéis estavam fazendo devido ao início da trégua entre Israel e a Faixa de Gaza. As vítimas tiveram que ser levadas para hospitais próximos por terem sido atingidas por balas de borracha ou por terem inalado gás lacrimogênio. Já Israel alega que essas celebrações eram, na verdade, “motins” que incluíram o lançamento de pedras e coquetéis molotov contra os policiais. O país também afirmou que em nenhum momento as forças de segurança entraram na Mesquita Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do islamismo. Os incidentes desta sexta-feira, 21, não foram de grande magnitude quando comparados aos os que ocorreram ali há duas semanas, que deixaram centenas de palestinos feridos. No entanto, o valor simbólico da Esplanada das Mesquitas pode fazer com que qualquer episódio de violência em Jerusalém tenha o potencial de escalar rapidamente em um novo conflito armado.

Mais cedo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertou que Israel responderá com “um novo nível de força” caso o movimento islâmico palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, quebre o acordo de cessar-fogo. A trégua entrou em vigor oficialmente às 2h do horário local e não foi quebrado por nenhuma das partes até agora. O conflito de 11 dias deixou pelo menos 12 mortos entre os israelenses e 232 mortos entre os palestinos, incluindo no mínimo 63 crianças. Apesar disso, Netanyahu considerou a operação militar israelense como sendo um “êxito excepcional”. Jalilal Haya, um integrante do alto escalão do Hamas, também reivindicou a “vitória” no confronto e prometeu reconstruir as casas destruídas pelos bombardeios israelenses. Enquanto isso, ocorristas palestinos também aproveitavam o cessar-fogo para seguir com os seus trabalhos de resgate. Nesta sexta-feira, 21, foram encontrados pelo menos cinco corpos e dez sobreviventes que estavam soterrados em túneis subterrâneos da Faixa de Gaza que foram bombardeados por Israel nos últimos dias.

*Com informações da EFE

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