Julgamento de Trump sobre interferência nas eleições é marcado para 4 de março de 2024
Audiência é apontada como uma das mais importantes da história dos Estados Unidos e acontece um dia antes da ‘Superterça’; ex-chefe de Estado é o favorito para concorrer à presidência pelo Partido Republicano
O julgamento de Donald Trump sobre acusações de interferência nas eleições presidenciais de 2020, quando foi derrotado por Joe Biden, foi marcado para dia 4 de março de 2024, colocando um dos maiores casos criminais da história americana no auge da temporada eleitoral. A decisão coloca o início do julgamento apenas um dia antes da “Superterça”, quando mais de uma dúzia de estados vota nas primárias republicanas para escolher o candidato do partido para as eleições presidenciais de 2024. Até o momento, Trump se mantém como o franco favorito para a indicação da legenda. O procurador especial Jack Smith havia proposto que o julgamento no tribunal federal de Washington começasse em 2 de janeiro de 2024, estimando que “não deveria durar mais de quatro a seis semanas”. Essa data “significa um equilíbrio adequado entre o direito do acusado de preparar sua defesa e o forte interesse público em um processo rápido” em um caso tão emblemático, destacou Smith.
Os defensores de Trump, por outro lado, sugeriram abril de 2026, muito depois das eleições presidenciais de novembro de 2024, nas quais o magnata procura retornar à Casa Branca. “O interesse público está em um processo justo e igualitário, e não em uma sentença precipitada”, argumentaram, em virtude do número de documentos a serem examinados. O processo é apontado como o um dos mais importantes da história dos Estados Unidos. Trump é o favorito para concorrer a presidência dos EUA em 2024 pelo Partido Republicano. Ele tem uma ampla vantagem sobre os seus adversários, incluindo o governador da Flórida, Ron DeSantis, seu principal rival dentro do partido, que aparece na segunda posição. Na última quinta-feira, 24, o republicano se entregou às autoridades e protagonizo um episódio inédito: a foto, conhecida como ‘mugshort’, tirada em uma prisão da Geórgia (sudeste), como resultado da sua quarta acusação criminal. Em apenas nove horas, a imagem alcançou mais de 106 milhões de visualizações e se tornou símbolo de campanha para sua possível volta à Casa Branca.
O republicano compartilhou a foto em que aparece com uma ‘expressão malvada’ – forma como os veículos americanos descreveram a imagem nesta sexta – em sua conta no Instagram, que direciona para o seu site, onde Trump destaca “ter ficado preso na prisão notoriamente violenta do condado de Fulton, apesar de não ter cometido nenhum crime”. Ele considera as acusações como uma caça às bruxas. A equipe de campanha conseguiu arrecadar US$ 7,1 milhões (cerca de R$ 35 milhões) desde que a foto de ficha policial do republicano acusado na Geórgia foi publicada. Nas suas três acusações criminais anteriores, o magnata conseguiu escapar da exigência da foto. Desde sua publicação, a equipe de campanha do republicano aproveitou a visibilidade para se dirigir aos “patriotas” americanos, afirmando em um comunicado que “o Estado paralelo tenta fazer do presidente Trump o inimigo público número um por ousar desafiar a classe dirigente corrupta de Washington”.
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