Justiça da Suécia reabre investigação contra Assange por estupro

Ele é suspeito de estupro, cometido em agosto de 2010 ao visitar o país

  • Por Jovem Pan
  • 13/05/2019 09h50 - Atualizado em 13/05/2019 10h05
Agência Reuters julian assange O fundador do Wikileaks, Julian Assange

A Justiça da Suécia decidiu reabrir a investigação contra o fundador do Wikileaks, Julian Assange. Ele é suspeito de estupro, cometido em agosto de 2010 ao visitar o país.

O caso havia sido arquivado pela Promotoria sueca em 2017, mas a vice-promotora-chefe Eva-Marie Persson disse que a retirada de Assange da embaixada equatoriana em Londres, onde o jornalista se refugiou durante sete anos, abriu novas possibilidades para avançar nas investigações.

O pedido pela reabertura do caso feito no dia 11 de abril – mesmo dia em que Assange foi removido à força da embaixada em Londres e preso – pela advogada da suposta vítima. Assange nega as acusações.

O anúncio da Justiça sueca é um novo capítulo dessa novela judicial. Em 2012, Assange buscou refúgio na embaixada do Equador, em Londres. Ele temia que, ao ser extraditado para a Suécia, acabasse indo para os Estados Unidos, onde enfrenta acusações de vazamento de informações confidenciais.

Em abril, o Equador expuslou Assange da embaixada de Londres. O presidente equatoriano, Lenín Moreno, acusou o jornalista de “interferir em questões de outros Estados” enquanto estava na embaixada, e de tornar o asilo “insustentável e inviável”.

O australiano violou repetidas vezes as “provisões das convenções de um asilo diplomático”, disse Moreno, citando como exemplo documentos do Vaticano vazados recentemente pelo Wikileaks. A cidadania equatoriana do jornalista, concedida em 2017, também foi revogada.

Em 30 de abril, Assange foi condenado no Reino Unido a 50 semanas de prisão por violar suas condições de uma fiança ao se refugiar na embaixada. A promotoria sueca afirmou que vai pedir a extradição de Assange para o país depois que ele cumprir essa pena. “A promotoria expedirá o chamado mandado europeu de prisão”.

O advogado de Assange na Suécia se disse “muito surpreso” com a decisão da promotoria, afirmando não entender a necessidade de reabrir um caso de quase dez anos que já havia sido arquivado. “É um constrangimento para a Suécia a reabertura da investigação”, disse Per E. Samuelson a uma emissora sueca.

“Ele sempre quis colaborar para resolver esse caso sueco, mas o grande temor de sua vida é que ele arrisca ser extraditado para os Estados Unidos em razão de seu trabalho jornalístico”.

O editor-chefe do Wikileaks, Kristinn Hrafnsson, disse que a decisão de reabrir o caso dará a Julian uma chance de limpar seu nome. Ele disse que Persson tomou essa decisão por estar sob “intensa pressão política”.

*Com informações da Agência Brasil

 

 

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