Justiça dos EUA nomeia procurador especial para investigar documentos confidenciais com Biden

Robert Hur foi escolhido pelo secretário Merrick Gerland para assumir o cargo; pressão sobre chefe de Estado norte-americano deve aumentar após buscas do FBI contra Trump em Mar-a-Lago

  • Por Jovem Pa
  • 12/01/2023 17h23 - Atualizado em 12/01/2023 17h27
ANNA MONEYMAKER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP joe biden Mesmo com o desemprego em baixa e o controle da pandemia, a recuperação da popularidade de Biden é um caminho difícil

Robert Hur, ex-procurador dos Estados Unidos em Maryland durante o governo de Donald Trump, foi nomeado pelo secretário de Justiça dos EUA, Merrick Gerland, como procurador especial para cuidar da investigação dos documentos oficiais que foram encontrados em endereços ligados ao presidente Joe Biden do tempo que ele era vice do governo de Barack Obama (2009-2017). De acordo com a ordem de Gerland, Hur vai ser responsável por “investigar a possível remoção e retenção não autorizadas de documentos secretos ou outros registros descobertos” no escritório think tank de Biden e em sua residência em Washington. A Casa Branca confirmou nesta quinta-feira, 12, que sua equipe jurídica encontrou novos documentos aprovados do tempo de Biden como vice-presidente na garagem de uma de suas mansões no estado de Delaware, depois de admitir nesta semana um pensamento semelhante em um escritório do presidente em um ‘think tank’. Foi encontrado “um pequeno número de documentos adicionais que datam da administração Obama-Biden e classificados como confidenciais” na garagem de sua casa em Wilmington, Delaware, e em um cômodo vizinho, disse em nota o advogado da Presidência, Richard Sauber, acrescentando que os documentos poderiam ter sido levados durante a transição de 2017.

O presidente da Câmara dos Representante, Kevin McCarthy, pediu uma investigação contra Biden. “O Congresso deve investigar este caso”, declarou à imprensa, e denunciou “um novo passo em falso da administração Biden”. O líder do Congresso lembrou de uma entrevista do chefe de Estado ao famoso programa de televisão “60 Minutes”, da emissora “CBS”, para falar sobre os documentos encontrados na residência de Trump. “Ele estava tão preocupado com os documentos do presidente Trump, e agora descobrimos que, como vice-presidente, os manteve por anos sem segurança em vários locais”, disse McCarthy, lembrando que no caso de Trump o FBI fez buscas em sua mansão em Mar-a-Lago em agosto, quando o ex-presidente não estava lá.  Nessa linha, McCarthy perguntou por que o caso Biden está sendo tratado de maneira diferente. “Estamos nos Estados Unidos e acreditamos na igualdade de justiça”, disse.

O governo de Biden diz serem contextos diferentes, alegando que os documentos encontrados não se deveu a nenhuma solicitação e não houve resistência para recuperações dos classificados tidos como confidenciais, diferente do caso de Trump. O advogado de Biden, Richard Sauber, diz ser o responsável por encontrar os documentos e entregar voluntariamente às autoridades. Uma lei de 1978 obriga os presidentes e vices americanos a enviarem todos os seus e-mails, cartas e outros documentos de trabalho aos Arquivos Nacionais. Diante da repercussão, Biden se pronunciou sobre o assunto. Ele disse que está protegido de que a polêmica gerada pela descoberta de papéis sigilosos em uma de suas residências particulares será resolvida. “Tudo será esclarecido, tenho certeza”, disse o chefe de Estado. A descoberta desse ‘think tank’ aconteceu em novembro, mas só foi revelada no início desta semana. Não se sabe o que motivou as buscas, o conteúdo dos documentos e quem decidiu enviá-los para esses locais. Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, disse apenas que o assunto está sendo investigado pelo Departamento de Justiça.

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