Latinos são maioria entre as vítimas do coronavírus em Nova York
Os latinos são maioria entre os mortos por coronavírus em Nova York, cidade mais afetada pela pandemia nos Estados Unidos. A informação foi dada pelo prefeito Bill de Blasio, em entrevista concedida nesta quarta-feira.
De acordo com um relatório preliminar, 34% dos mortos até agora na cidade são hispânicos. Eles são 22% da população total de Nova York, composta por 8,6 milhões de pessoas. “É uma disparidade flagrante”, assinalou o prefeito.
Um dos principais motivos para a estatística, segundo Blasio, é o idioma. Ele anunciou que cidade iniciará uma campanha de informação sobre a covid-19 em 14 línguas. “O que aconteceu no último par de anos levou muitos imigrantes, principalmente os sem documentos, a se afastarem dos locais onde normalmente buscariam apoio ou atendimento médico”, comentou, referindo-se à política anti-imigração do governo Trump.
Um terço dos hispânicos que moram na cidade, cerca de 1 milhão de pessoas, são imigrantes sem documentos ou seguro de saúde, Segundo estimativa do governo. Muitos não podem permanecer em quarentena, e continuam trabalhando como entregadores, faxineiros e babás. Vários temem a deportação, e evitam o serviço de saúde.
A maioria das vítimas são de distritos de maioria imigrante, como Queens e Bronx. Na mesma entrevista coletiva de De Blasio, a médica e comissária de Saúde de Nova York, Oxiris Barbot, porto-riquenha, reforçou que a disparidade obedece à baixa remuneração da comunidade hispânica, que a obriga a continuar trabalhando.
Assim como acontece em outras cidades do país, como Chicago, o novo coronavírus também afeta os negros de forma desproporcional em Nova York, com 28% das mortes, quando eles representam 22% da população.
Cerca de 27% das mortes pela covid-19 em Nova York envolveram pessoas brancas (32% da população) e 7%, asiáticas (14% da população).
* Com Estadão Conteúdo
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