Líder de partido favorito na Índia aumenta tensão com discurso sobre ‘infiltradores’

  • Por Jovem Pan
  • 12/04/2019 17h51 - Atualizado em 12/04/2019 17h52
Divulgação/HindustanTimes "Nós vamos remover cada infiltrador do país", disse o presidente do BJP, em uma aparente referência aos muçulmanos

O partido do governo atual da Índia, o BJP, foi acusado de promover tensões depois de uma promessa oficial de expulsar do país todos os “infiltradores”, numa aparente referência aos muçulmanos e outras minorias religiosas, informou a CNN.

“Nós vamos remover cada infiltrador do país, exceto Budistas e Hindus”, disse o presidente do partido, Amit Shah, a apoiadores na última quinta-feira, 11.

Ele prometeu fazer isso por meio da RNC, o Registro Nacional de Cidadãos, uma política controversa discutida no ano passado em Assam, uma região da Índia que faz fronteira com Bangladesh.

A medida, dizem apoiadores, vai ajudar a mandar de volta imigrantes de Bangladesh, embora tenha provocado medo de possível deportação entre as centenas de milhares de muçulmanos que falam Bengali, idioma de Bangladesh.

A implementação do Registro foi adiada muitas vezes, mas os comentários de Amit Shah colocaram a questão no centro das discussões durante as eleições gerais do país, que começaram na quinta-feira, 11, e devem durar 6 semanas.

No discurso, Shah disse que o governo “não vai mandar Hindus, Parsis, Cristãos ou Budistas vindos de Bangladesh ou Paquistão porque eles são nossos irmãos e porque eles vieram para cá porque enfrentam perseguição nos seus países”.

“Para os refugiados, eu quero dizer, não tenham medo”, disse. Nós tratamos um refugiado como um filho ou uma filha da Índia e eles terão a cidadania. Nós vamos nos livrar dos infiltradores”.

O BJP é um partido hindu-nacionalista, e há tempos sofre acusações de ser anti-muçulmano.

O atual primeiro-ministro do país, Narendra Modi, enfrentou crítica local e internacional por um tumulto de 2002 que deixou mil mortos, a maioria muçulmanos.

O BJP e seus apoiadores have definem seus críticos como “anti-nacionais”, ou “anti-indianos, “mancomunados” com o Paquistão, o maior inimigo geopolítico do país.

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