Líder do Grupo Wagner está na Rússia, diz presidente de Belarus

Yevgueni Prigozhin, responsável pelo motim contra Vladimir Putin no fim do mês de junho, não teria se exilado no país vizinho, conforme previa o acordo entre o Kremlin e os paramilitares

  • Por Jovem Pan
  • 06/07/2023 09h48 - Atualizado em 06/07/2023 10h27
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Handout / Telegram/ @concordgroup_official / AFP Imagem de chefe do Grupo Wagner Durante o motim, Putin chamou Prigozhin de “traidor” e deu aos combatentes opções de entrar para o exército oficial, ir para Belarus ou retomar suas vidas civis

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, revelou que o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, está na Rússia. A revelação foi feita nesta quinta-feira, 6, enquanto um bombardeio das tropas russas na cidade de Lviv, na Ucrânia, deixou quatro mortos. Lukhashenko foi responsável por mediar o acordo que pôs fim ao motim do grupo de Prigozhin na Rússia. Um dos itens do acordo previa o exílio do líder do grupo em Belarus. “No que diz respeito a Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Onde ele está hoje? Pode ter viajado para Moscou ou para outro lugar, mas não está em território bielorrusso”, declarou Lukashenko em uma entrevista coletiva à imprensa estrangeira em Minsk. Lukashenko também afirmou que os combatentes do grupo estão em seus campos permanentes na Ucrânia e não em Belarus. Após a declaração do presidente de Belarus, Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que o governo da Rússia não está acompanhando os movimentos de Prigozhin.

O acordo estabelecido entre o Kremlin e o Wagner, com mediação de Lukashenko, determinava que Prigozhin deveria se exilar em Belarus, que é aliado da Rússia. Durante o motim, Putin chamou Prigozhin de “traidor” e deu aos combatentes opções de entrar para o exército oficial, ir para Belarus ou retomar suas vidas civis. Lukashenko anunciou que Prigozhin havia desembarcado em Belarus no dia 27 de junho e que ele teria convencido Putin a não matar o líder dos paramilitares. “Sei com certeza que está em liberdade”, disse Lukashenko, que assegurou ter conversado por telefone na quarta-feira com Prigozhin, quando o fundador do grupo Wagner teria declarado que continuará “trabalhando para a Rússia”. Lukashenko afirmou que a presença dos combatentes em Belarus ainda não está resolvida, mas disse estar convencido de que o grupo não se rebelará ou usará suas armas contra seu governo.

Novo ataque à Ucrânia

Em meio ao conflito com os paramilitares, Putin segue sua ofensiva contra os ucranianos. Dessa vez, a cidade de Lviv foi o alvo, com mais de 30 prédios sendo atingidos por mísseis ao longo da noite. Ao todo, quatro pessoas morreram e outras 37 ficaram feridas. “Este é o ataque mais destrutivo contra a população civil da região de Lviv desde o início da guerra”, afirmou o comandante da administração militar regional, Maksym Kozytsky, no Telegram. Na central nuclear de Zaporizhzhia (sul), a maior da Europa e ocupada pelos russos desde março de 2022, a tensão estão “diminuindo”, afirmou Nataliya Gumenyuk, porta-voz do exército ucraniano. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, critica a demora do Ocidente em entregar as armas ocidentais, o que, segundo ele, permitiu que a Rússia fortalecesse suas defesas nas zonas ocupadas.

*Com informações da AFP

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