Líder separatista de Luhansk diz que referendo para adesão do território à Rússia será feito em breve

Governo ucraniano rebateu dizendo que tal atitude é ‘ilegal’ e enfatizou que o resultado de um referendo como esse não seria reconhecido em ‘nenhum país do mundo’

  • Por Jovem Pan
  • 27/03/2022 11h45 - Atualizado em 27/03/2022 12h36
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Reprodução/Twitter/Russ_Warrior Leonid Pasechnik Leonid Pasechnik acredita que a integração de Lugansk a Rússia vai acontecer

O líder da autoproclamada república separatista de Lugansk, Leonid Pasechnik, declarou neste domingo, 27, que em um “futuro próximo” poderá ser realizado um referendo sobre a integração deste território à Rússia. As informações foram divulgadas pela agência oficial russa TASS. “Acredito que em um futuro próximo um referendo será realizado no território da república, no qual as pessoas exercerão seu direito constitucional absoluto e expressarão sua opinião sobre se desejam ingressar na Federação Russa. Por alguma razão, tenho certeza de que é exatamente isso que vai acontecer”, disse Pasechnik a repórteres. O governo ucraniano deu sua resposta e alertou que “nenhum país do mundo” reconhecerá o resultado de um referendo como o que pretende realizar Lugansk, pois, segundo Kiev, seria “ilegal”. “Nenhum país do mundo reconhecerá a mudança forçada das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia no Facebook.

Kiev sustenta que uma consulta dessas características seria “ilegal” e que, se realizada, a Rússia enfrentaria uma “resposta internacional” mais contundente do que as sanções atuais e que “aprofundaria” seu isolamento. O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas de Luhansk e Donetsk em 21 de fevereiro. Três dias depois, iniciou uma ofensiva militar para “desnazificar” e “desmilitarizar” a Ucrânia e com o argumento de que o Exército ucraniano comente um “genocídio” da população pró-russa do Donbas, para a qual distribuiu mais de 700 mil passaportes russos nos últimos anos. O objetivo declarado de Putin, questionado pelo governo de Kiev e pelo Ocidente diante do cenário de guerra em várias frentes, não apenas no leste da Ucrânia, é a “libertação completa” do Donbas, onde milicianos pró-Rússia lutam desde 2014 contra o Exército ucraniano.

Nas negociações em curso entre a Rússia e a Ucrânia para um cessar-fogo, o Kremlin exige o reconhecimento da independênc’ia de Lugansk e Donetsk pela Ucrânia e da anexação da península ucraniana da Crimeia à Rússia. Kiev se recusa a aceitar essas condições e, em seu lugar, exige a devolução dos territórios temporariamente ocupados da Crimeia e de parte do Donbas. Nesse sentido, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reitera que a integridade territorial do país é inabalável. Com a presença de militares russos, a Crimeia realizou um referendo em 16 de março de 2014, no qual a população apoiou amplamente a incorporação do território à Rússia. A República da Crimeia proclamou sua independência no dia seguinte e dirigiu ao Kremlin um pedido de adesão, que Putin anunciou publicamente em 18 de março, uma decisão unanimemente condenada pela comunidade internacional.

*Com informações da EFE.

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