Macron recua e França suspende aumento de combustíveis

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2018 09h34 - Atualizado em 04/12/2018 09h48
YOAN VALAT - EFE Com recuo, França abre mão de arrecadar 3 bilhões anuais em impostos

Após quase um mês de duros protestos, o presidente da França, Emmanuel Macron, deve anunciar nesta terça-feira (4) a suspensão do aumento nos preços dos combustíveis previstos para janeiro de 2019.

A decisão será comunicada pelo primeiro-ministro Édouard Philippe. De acordo com a imprensa francesa, Philippe divulgará uma “moratória”, ou seja, um anúncio de não pagamento de dívida, que, neste caso, representa a suspensão dos aumentos nos preços do diesel e gasolina.

Reunião cancelada

O primeiro-ministro e  lideranças dos “Coletes Amarelos” deveriam se reunir ainda nesta terça-feira, entretanto, os manifestantes cancelaram sua participação.

A decisão de não-participar é controversa: embora alguns “coletes amarelos” tenham demonstrado intenção de dialogar, muitos decidiram não comparecer como forma de protesto contra a inflexão do governo, que demorou mais de três semanas para se manifestar diretamente.

Além disso, alguns dos interessados na reunião admitiram terem sido ameaçados por colegas.

O aumento

Os aumentos previstos nos preços do diesel e da gasolina não seriam os primeiros. Eles faziam parte de um programa de desestímulo ao uso de carros e tinham, entre outras finalidades, diminuir a emissão de dióxido de carbono (CO²), a dependência do petróleo e, ainda, acenar positivamente para a comunidade internacional diante do Acordo de Paris, principal tratado de mitigação das mudanças climáticas em vigor desde 2015.

Na prática, o diesel deveria subir 6,5 centavos de euro, enquanto a gasolina subiria 2,9 centavos. Com a suspensão, o governo abre mão, ao menos por enquanto, de arrecadar 3 bilhões de euros anualmente.

*com informações da Agência EFE

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