Maduro acusa escritório da ONU de ‘conspiração’ após suspensão das atividades

O governo suspendeu o funcionamento do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas no país na semana passada

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2024 23h23
EFE/ Rayner Peña R. nicolas maduro Nicolás Maduro afirmou que o escritório da ONU para os Direitos Humanos está ligado à 'espionagem'e 'conspiração' contra o governo da Venezuela

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, acusou o escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos nesta segunda-feira, 19, de “espionagem” e “conspiração”. O governo suspendeu as atividades do escritório na semana passada e expulsou 13 funcionários do país. “Este escritório se desviou. De ser um escritório de assessoria técnica que deve respeitar as instituições e, pelo contrário, assessorar as reformas legais de que o país precisa, assessorar as instituições para melhorar, de repente se transformou em um escritório de espionagem interna, de conspiração interna”, disse Maduro.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

“E então se transformou no que chamamos de um escritório de advocacia, o escritório de advocacia dos terroristas conspiradores, golpistas e assassinos da Venezuela”, continuou o presidente, afirmando que o governo advertiu o escritório várias vezes sobre as medidas a serem tomadas. A Venezuela suspendeu na última quinta-feira as atividades do escritório do Alto Comissariado da ONU, instalado no país desde 2019, em uma medida que se seguiu a declarações do organismo sobre a prisão da ativista Rocío San Miguel, acusada de “terrorismo”. “A gota d’água após tanto falar, tanta paciência, foi um caso recente com uma pessoa envolvida nessas atividades de espionagem […] e eles saíram para qualificar o Ministério Público, o poder judiciário e o país de maneira abusiva”, acrescentou Maduro.

San Miguel foi detida em 9 de fevereiro quando se preparava para viajar para o exterior com sua filha, que também foi presa, mas foi libertada sob fiança. O Ministério Público a acusou de “traição à pátria”, “terrorismo” e “conspiração”, ligando-a “diretamente” a um suposto plano para assassinar Maduro. Seu ex-marido, o coronel aposentado Alejandro José Gonzales, foi preso sob suspeita de “revelação de segredos políticos e militares”. Seus dois irmãos e o pai de sua filha também foram detidos e posteriormente libertados. A prisão causou preocupação no escritório da ONU, bem como nos Estados Unidos e na União Europeia. Maduro reiterou que a Venezuela mantém seus compromissos com o escritório em Genebra, mas que enquanto eles “não se retratarem” e “pedirem desculpas”, a suspensão será mantida.

*Com informações da Agence-Presse

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.