Maduro promete Constituinte na Venezuela e procuradora quer investigação
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que a Assembleia Constituinte, inicialmente prevista para esta quinta-feira, deve ser instalada na sexta-feira, às 11h (hora local). Segundo ele, o evento foi adiado em um dia para que se “organize em paz”. Já a procuradora-geral do país, Luisa Ortega Díaz, disse que abrirá uma investigação penal ante denúncias de que houve fraude na contagem da votação realizada domingo para a Constituinte.
O governo pretende instalar a Assembleia Constituinte na sede do Legislativo, onde funciona atualmente a Assembleia Nacional, dominada pelos oposicionistas. A oposição venezuelana não reconhece a votação de domingo e diz que houve fraudes e que muitos funcionários públicos e beneficiários de programas sociais foram coagidos a votar. Além disso, contesta o fato de que uma parcela dos eleitos veio de representações profissionais e outras, o que segundo os oposicionistas distorceu de saída o resultado em prol dos chavistas. “O resultado que se anunciou foi enganoso”, afirmou o presidente do Congresso, Julio Borges, na quarta-feira, após denunciar a “fraude”.
Maduro disse que entre as primeiras tarefas da Assembleia Constituinte estarão “tomar o mando” da procuradoria e revisar a imunidade dos deputados. Também contestou as declarações do comando da empresa Smartmatic, segundo as quais houve uma discrepância nos números de eleitores que participaram do processo eleitoral. A Smartmatic presta serviços no processo eleitoral da Venezuela desde 2004.
Em entrevista à rede CNN, a procuradora-geral pediu que seja feita uma apuração sobre o processo eleitoral, com a presença de especialistas nacionais e internacionais. Segundo Ortega Díaz, é possível que nem 15% dos eleitores registrados tenham participado do processo eleitoral no domingo no país. Mais de 20 países, entre eles Estados Unidos, não reconheceram o processo eleitoral.
O presidente anunciou ainda na quarta-feira a designação de Jorge Arreaza como novo ministro das Relações Exteriores, no lugar do historiador Samuel Moncada, que ficou apenas 41 dias no posto.
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