Maduro rompe com EUA e dá 72 horas para delegação abandonar a Venezuela

  • Por Jovem Pan
  • 23/01/2019 18h45 - Atualizado em 23/01/2019 18h58
EFE Maduro não reconhece poder da Assembleia Nacional, que tem maioria opositora

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na tarde desta quarta-feira (23) que está rompendo relações diplomáticas com os Estados Unidos, país que apoiou a declaração do opositor Juan Guaidó como presidente interino. Em discurso feito a apoiadores, Maduro anunciou ter dado 72 horas para que a delegação americana deixe a Venezuela.

“Anuncio que, como presidente constitucional, chefe de Estado, em cumprimento dos meus deveres, decidi romper relações diplomáticas e políticas com o governo dos EUA”, declarou, a partir de sacada na sede do governo. “Assino a nota diplomática para dar 72 horas para o pessoal diplomático e consular dos EUA sair do país.”

“Temos denunciado o governo imperialista dos Estados Unidos, que dirige uma operação para impor um golpe de estado na Venezuela. Pretendem eleger e designar o presidente da Venezuela por vias não constitucionais”, afirmou. “Pode um qualquer se declarar presidente ou é o povo que elege o presidente?”, questionou Maduro.

Horas antes, em meio a onda de protestos contra o governo, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, considerado o principal líder da oposição, declarou-se presidente interino do país. “Ante Deus, juro assumir formalmente as competências do executivo nacional como presidente interino da Venezuela”, declarou.

Com o pronunciamento de Guaidó, o presidente dos EUA, Donald Trump, chamou Maduro de “ilegítimo” e reconheceu a presidência interina. “O povo da Venezuela tem se pronunciado de modo corajoso contra Maduro e seu regime e exigido liberdade e o Estado de Direito.” O brasileiro Jair Bolsonaro também apoiou a decisão.

Nicolás Maduro ainda culpou os norte-americanos pela rebeldia do parlamento. “É uma séria irresponsabilidade, é uma tolice séria política extremista de Donald Trump para tentar dividir a Venezuela, para tentar liquidar instituições.” O ditador ainda disse que não vai aceitar o golpe de “traidores” nem “lacaios do imperialismo.

Equador

No mesmo discurso em que indicou que não vai abandonar o governo, Maduro chamou o presidente do Equador, Lenin Moreno, de “nazifascista antibolivariano traidor”. Ele apoiou a decisão de Guaidó, mas havia endurecido regras de migração, após um venezuelano ter matado uma grávida. O Brasil não foi citado no discurso.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.