Maior iceberg do mundo tem quase 1 trilhão de toneladas

Chamado de A23a, bloco de gelo que se desprendeu da Antártida tem 3.900 km² e um volume de cerca de 1.100 quilômetros cúbicos

  • Por da Redação
  • 14/12/2023 11h32 - Atualizado em 14/12/2023 12h29
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Reprodução / YouTube / British Antarctic Survey Maior iceberg do mundo de desprendeu da Antártida em 1986 Maior iceberg do mundo de desprendeu da Antártida em 1986

O maior iceberg do mundo, conhecido como A23a, teve sua verdadeira magnitude revelada por cientistas. Medições por satélite mostraram que o bloco congelado possui uma espessura média total de aproximadamente 280 metros. Além disso, o iceberg tem uma área conhecida de 3.900 km², um volume de cerca de 1.100 quilômetros cúbicos e uma massa de quase um trilhão de toneladas. Desde que se desprendeu da costa da Antártida em 1986, o A23a está prestes a se afastar do continente branco. Os pesquisadores afirmam que ele atingiu um ponto crítico em sua jornada e que as próximas semanas serão determinantes para sua trajetória futura pelo oceano austral. Para se ter ideia da espessura, o maior arranha-céu do Brasil, a One Tower, em Balneário Camboriú, tem 290 metros, apenas 10 metros a mais do que o iceberg. No entanto, o A23a possui mais que o dobro da área do município de São Paulo, com um perfil semelhante ao de um cartão de crédito. As medições do A23a foram realizadas pela missão CryoSat-2 da Agência Espacial Europeia. Essa espaçonave veterana possui um altímetro de radar capaz de detectar a quantidade de massa do iceberg acima da linha d’água e, com base na densidade do gelo, determinar a quantidade submersa. Essas informações são fundamentais para monitorar a espessura do iceberg e observar seu afinamento à medida que é exposto a águas oceânicas mais quentes.

O A23a nasceu de uma quebra em massa de icebergs da Plataforma de Gelo Filchner, no sul do Mar de Weddell, e ficou preso em lamas rasas do fundo, formando uma “ilha de gelo” por mais de três décadas. Os dados do CryoSat explicam o motivo dessa ancoragem prolongada. O iceberg não é uniforme, apresentando variações de espessura em diferentes partes. Uma seção em particular possui uma quilha muito profunda, que chegou a ter um calado de quase 350 metros em 2018. Essa seção é responsável por manter o A23a ancorado por tanto tempo. Imagens de satélite mostram as fendas superficiais que se abriram acima da quilha devido à colisão com o leito do mar. Nos últimos anos, o iceberg perdeu gradualmente massa até finalmente se libertar e começar a se movimentar. Atualmente, o A23a chegou à ponta da Península Antártica, onde várias correntes de água de movimento rápido convergem e giram no sentido horário ao redor do continente. A interação do iceberg com essas correntes e com os ventos predominantes na região determinará sua próxima rota. No entanto, espera-se que ele siga uma rota conhecida como “beco dos icebergs”, apontando na direção do território britânico ultramarino de Geórgia do Sul. Os cientistas estão acompanhando de perto o progresso do A23a, pois icebergs dessa magnitude exercem uma influência profunda em seu ambiente. Eles agitam as águas oceânicas, trazendo nutrientes para a superfície e fertilizando o oceano, o que pode resultar em explosões de fitoplâncton.

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