Mais de 26 mil cubanos seguem deslocados após passagem do furacão Irma

  • Por EFE
  • 15/09/2017 14h50
EFE/Alejandro Ernesto Furacão Irma provocou avarias em mais de 2 mil quilômetros de linhas elétricas e derrubou 3,6 mil postes, fazendo com que milhões de cubanos ficassem sem eletricidade e sem água

Mais de 26 mil cubanos das 1,7 milhão de pessoas evacuadas durante a passagem do furacão Irma pela ilha no último fim de semana ainda não puderam retornar aos seus lares e permanecem em abrigos ou hospedados em casas de pessoas próximas, informou nesta sexta-feira a imprensa local. Entre todos os que tiveram que deixar sua moradia antes da chegada do potente ciclone, 86% foram acolhidos por familiares e vizinhos.

Em uma reunião do Conselho de Defesa Nacional, o chefe da Defesa Civil de Cuba, Ramón Pardo, explicou que os danos ainda estão sendo avaliados, e um resultado preliminar deste trabalho será revelado “nos próximos dias”. O encontro, do qual participaram alguns ministros e o presidente Raúl Castro, serviu para avaliar o progresso do país após Irma, que castigou a ilha entre sexta-feira e sábado passados e deixou dez mortos, sérios danos na rede elétrica e milhares de casas total ou parcialmente destruídas.

Os maiores prejuízos foram no setor de habitação, “sobretudo nos telhados”, por isso já teve início a produção de cimento e de telhas para ajudar os afetados, disse o ministro de Construção, René Mesa, citado em uma nota publicada na capa dos jornais “Granma” e “Juventud Rebelde”.

Cerca de 20.400 construtores com 855 equipes trabalharão para recolher escombros, consertar estradas, pontes e dutos de esgoto, além de ajudar na reconstrução de casas e obras sociais, apontou. O poderoso furacão também provocou avarias em mais de 2 mil quilômetros de linhas elétricas e derrubou 3,6 mil postes, fazendo com que milhões de cubanos ficassem sem eletricidade e sem água. “Estamos trabalhando dia e noite para restabelecer o serviço”, disse o ministro de Energia e Minas, Alfredo López.

As principais usinas termelétricas do país, que abastecem mais de 70% da demanda elétrica nacional, se encontram na costa norte, exatamente por onde passou o ciclone. Apesar da catástrofe, que afetou quase 90% da ilha, o sistema de saúde cubano “manteve sua vitalidade” e “até o momento não existem surtos de doenças transmissíveis nos centros de evacuação nem em nenhum território”, afirmou, por sua vez, o ministro de Saúde Pública, Roberto Morales.

O furacão afetou seriamente a infraestrutura hoteleira das ilhas de Santamaría, Guillermo e Coco, das províncias Villa Clara e Ciego de Ávila (centro), onde Irma entrou com categoria cinco na escala Saffir-Simpson, a mais alta.

O ministro do Turismo, Manuel Marrero, especificou que havia mais de 51 mil turistas em Cuba no momento do impacto de Irma, 45 mil deles hospedados no litoral norte. Segundo Marrero, as estruturas danificadas “já foram restabelecidas, o que permite garantir que estarão prontas para a alta temporada”, que começará em novembro deste ano

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