Mais de mil soldados ucranianos se rendem em Mariupol; Rússia quer usar julgamento dos militares como propaganda
Ministério da Justiça russo vai realizar uma audiência no dia 26 de maio para classificar o Batalhão Azov como organização terrorista
A Rússia quer fazer de exemplo os mil soldados ucranianos que se renderam em Mariupol e usar o julgamento dos militares como propaganda, informou a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar, que também disse essa é a rezão pela qual os russos não têm concordado em aceitar a troca de prisoneiros. Essas é “uma declaração política destinada à propaganda interna e aos processos políticos internos na Rússia”, declarou Malyar. Só nesta semana, de acordo com o ministério de Defesa da Rússia, 1.730 soldados ucranianos se renderam na siderúrgica Azovstal, último reduto de resistência no porto de Mariupol. Os feridos foram encaminhados para hospitais na região de Donetsk, dominada pelos russos, e “recebem assistência em instituições médicas”, segundo o major-general Igor Konashenkov. Contudo, ainda não está claro para onde os soldados ucranianos estão sendo levados, entretanto, o Estado-maior da Ucrânia informou que os militares foram direcionados para duas regiões controladas pelos russos.
A Ucrânia espera conseguir realizar a troca de prisioneiros e recuperar os soldados, mas a Rússia ameaça levá-los a julgamento. Moscou informo que nenhum acordo foi feito para os combatentes, e o gabinete do Procurador Geral da Rússia pediu ao Supremo Tribunal de Justiça do país que reconheça como organização terrorista o Batalhão Azov, que foi integrado à Guarda Nacional da Ucrânia e é classificado como “nazista” pelo Kremlin. O Ministério da Justiça russo apontou que será realizada uma audiência no próximo dia 26 para discutir o caso, segundo divulgou a agência de notícias Interfax.
Apesar da queda de Mariupol, depois de quase três meses de conflito, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que a invasão russa era um fracasso absoluto. “Eles têm medo de reconhecer que cometeram erros catastróficos no mais elevado nível militar e estatal”, disse. De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, “centenas de prisioneiros de guerra ucranianos” ainda estão na usina de Mariupol, mas não se tem um número exato. Em uma mensagem divulgada no Telegram, Zelensky afirmou que a população permanece “forte, inquebrantável, corajoso e livre”.
*Com informações da Reuters, AFP e EFE
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