Manifestantes bloqueiam acesso a Buenos Aires em protesto ao corte de abastecimento por Milei

Protestantes exigiam a entrega de alimentos às cozinhas comunitárias que as entidades gerenciam e que dizem ter sido interrompida em dezembro

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2024 21h53
EFE/ Juan Ignacio Roncoroni manifestações na argentina Manifestantes discutem com políticas durante um piquete convocado pela União de Trabalhadores da Economia Social (UTEP) em Vicente López, Buenos Aires

Organizações sociais da Argentina bloquearam nesta terça-feira (7) o acesso a Buenos Aires e outras partes do país, em meio a uma série de protestos contra a política de ajuste e os projetos de reforma do presidente Javier Milei. Os movimentos culminarão em uma greve geral convocada pela maior central sindical do país, que está marcada para quinta-feira (9), a segunda convocada pelo sindicato CGT desde que Milei assumiu o cargo em dezembro. Os manifestantes exigem entrega de alimentos às cozinhas comunitárias que as entidades gerenciam e que dizem ter sido interrompida em dezembro, quando o governo de Javier Milei iniciou uma auditoria. A principal manifestação ocorreu por volta do meio-dia em frente à residência presidencial de Olivos, na periferia norte de Buenos Aires, onde centenas de manifestantes cobraram maior assistência do governo.

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“A operação é uma pena porque aqui não há assassinos ou criminosos, há pessoas que estão com fome, necessitadas e que estão reivindicando, e têm o direito de fazê-lo”, disse o líder do protesto, Eduardo Belliboni, aos repórteres. Uma forte esquema de segurança envolvendo a Polícia Federal, o Corpo de Infantaria e a Gendarmeria foi montado ao redor da residência para evitar a aproximação dos manifestantes e desobstruir o trânsito. Caminhões equipados com jatos d’água e caravanas de policiais motorizados também participaram da operação, que foi implantada a vários quarteirões do local. Paralelamente, os organizadores anunciaram 500 bloqueios (piquetes) em todo o país, embora fora do raio da capital argentina, para tentar contornar o “protocolo antipiquetes” do Ministério da Segurança.

Os protestos ocorrem poucos dias depois de o governo ter obtido na Câmara dos Deputados, e graças ao apoio dos partidos aliados, a aprovação de dois projetos que contemplam reformas econômicas, estaduais e tributárias que desmantelariam regulamentações existentes há décadas. As iniciativas começaram a ser discutidas nesta terça-feira pelas comissões do Senado, onde, assim como na Câmara, o partido governista está em desvantagem. O peronismo e os partidos e organizações de esquerda opõem-se a propostas como a que aumentaria o período probatório nas empresas e eliminaria as multas aos empregadores que não registrassem os seus empregados, bem como a criação de um fundo de indenização voluntária.

Também rejeitam a possibilidade de que salários acima de determinado valor voltem a estar sujeitos a impostos – o que afetaria milhares de trabalhadores que agora estão isentos -, a isenções fiscais para empresas que fazem investimentos milionários e à regulamentação de ativos não declarados na Argentina e fora do país. A Argentina vive forte recessão econômica, com uma inflação anual próxima dos 290% e um ajuste fiscal que permitiu o primeiro superávit trimestral desde 2008, mas à custa do fechamento de órgãos públicos, milhares de demissões, corte de subsídios, aumento de tarifas e desvalorização de salários e pensões.

*Com informações do Estadão Conteúdo e da AFP

 

 

 

 

 

 

 

 

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