Manifestantes invadem o Parlamento de Hong Kong; entenda os protestos
Hong Kong enfrenta uma onda de protestos desde que a administração local lançou um projeto de lei que autoriza a extradição de moradores da cidade para a China
Manifestantes invadiram o Parlamento de Hong Kong nesta segunda-feira (1°) por volta das 21h (horário local, 10h de Brasília) após uma série de atos pacíficos na cidade. Hong Kong enfrenta uma onda de protestos desde que a administração local lançou um projeto de lei que autoriza a extradição de moradores para a China.
Hong Kong foi tomada pelos ingleses dos chineses em 1842, depois de o Reino Unido derrotar a China em uma guerra. Em 1997, o Reino Unido devolveu a cidade, mas ficou acertado que prevaleceria o princípio de “um país, dois sistemas”, ou seja, Hong Kong teria autonomia em quase todos os aspectos, menos na política exterior e em temas de defesa, durante 50 anos.
Em 2019, 22 anos após a reintegração de Hong Kong, os cidadãos começaram a protestar contra medidas que têm o potencial, segundo eles, de restringir a autonomia e a liberdade que eles têm. Os protestos começaram depois que foi proposta a lei da extradição. Com a pressão do povo nas ruas, a chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou a suspensão do polêmico projeto em 15 de junho. Nenhum prazo foi estabelecido para retomar a proposta.
Com o recuo, a pauta dos manifestantes mudou. Eles passaram a pedir a retirada total do projeto e a renúncia de Lam. As manifestações se intensificaram nesta segunda, após a celebração do 22° aniversário desde que Hong Kong voltou a fazer parte do domínio chinês. Em razão disso, invadiram o Parlamento e tiveram que ser retirados pela polícia.
Vestidos majoritariamente de preto, os manifestantes levavam cartazes contra o projeto de extradição e contra Carrie Lam, assim como outros nos quais condenavam a violência policial durante atos anteriores. Além disso, em preparação de uma possível intervenção, construíram barricadas nas portas de acesso com cercas metálicas.
Parte deles ainda portava guarda-chuvas em referência ao movimento conhecido como “Movimento Guarda-Chuva” de 2014, quando a população se rebelou contra uma “falsa democracia” nas eleições daquele ano, em que a China apoiou eleições para Hong Kong em 2014, mas só entre um grupo de candidatos que ela mesma escolhesse.
A manifestação coincide com o aniversário de 98 anos da fundação do Partido Comunista da China. A data é uma provocação ao presidente Xi Jinping.
*Com informações da Agência EFE
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