Manifestantes se concentram em aeroporto de Israel para protestar contra reforma do judiciário

Mudança proposta por Benjamin Netanyahu visa enfraquecer a autoridade da Suprema Corte e dar mais poder aos políticos na nomeação de juízes

  • Por Jovem Pan
  • 03/07/2023 18h07
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EFE/EPA/ABIR SULTAN israel tel aviv Manifestantes antigovernamentais participam de uma manifestação contra os planos de reforma do sistema de justiça do governo israelense no aeroporto internacional Ben Gurion, nos arredores de Tel Aviv, Israel, 03 de julho de 2023

Centenas de israelenses se concentraram nesta segunda-feira, 3, no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv, em protesto conta a reforma do Judiciário promovida pelo governo do primeiro-ministro conservador, Benjamin Netanyahu. Quatro pessoas foram detidas “por violação da ordem pública”, informou a polícia. Os manifestantes também se reuniram em Tel Aviv, onde há protestos todos os sábados desde janeiro, em uma das maiores mobilizações sociais da história do país. “A democracia vencerá”, escreveram os manifestantes em cartazes, enquanto bloqueavam a entrada de veículos no principal terminal do aeroporto. “A mobilização realmente mostrou que não podem fazer o que querem, não tão fácil”, disse Smadar Bonne, de 46 anos. Formado em dezembro com o apoio de partidos de extrema-direita e legendas judaicas ultraortodoxas, o governo de Netanyahu está tentando aprovar uma reforma judicial que busca aumentar o poder do Parlamento sobre o da Suprema Corte. O Executivo considera que a reforma é necessária para garantir um equilíbrio maior entre os Poderes. Seus críticos acreditam, porém, que as mudanças podem levar o país a um modelo autoritário.

No meio de junho, Netanyahu, prometeu levar adiante a polêmica reforma judicial promovida por seu governo, que desencadeou uma onda de protestos no país. A reforma visa enfraquecer a autoridade da Suprema Corte e dar mais poder aos políticos na nomeação de juízes. Desde a sua apresentação em janeiro, provocou grandes manifestações semanais com dezenas de milhares de pessoas. Os opositores, por outro lado, consideram que a reforma pode levar o país a um modelo iliberal ou autoritário. Em 27 de março, o premiê tinha anunciado uma “pausa” para dar uma “chance de diálogo”, mas os dois principais líderes da oposição, Yair Lapid e Benny Gantz, abandonaram as discussões em junho. As principais autoridades políticas do país culpam umas às outras pelo fracasso das negociações. Ao mesmo tempo que as manifestações ganham força novamente, Israel lançou nesta segunda-feira o maior ataque contra a Cisjordânia em 20 anos. Ao menso nove palestinos morreram e outra 50 ficaram feridos, sendo que 10 estão em estado grave. Desde o início do ano, pelo menos 185 palestinos, 25 israelenses, um ucraniano e um italiano morreram, segundo um balanço com base em informações divulgadas por fontes oficiais.

*Com agências internacionais 

 

 

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