Manifestantes venezuelanos serão encaminhados para prisões de segurança máxima, afirma Maduro

Ao citar ‘reeducação’ a que detidos serão submetidos, presidente da Venezuela diz que ‘há muito caminho a percorrer, então que se façam estradas’

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2024 22h08
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EFE/ Ronald Peña R. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa durante conferência de imprensa esta quarta-feira, no Palácio Miraflores, em Caracas (Venezuela). Maduro garantiu que explicou ao seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, “muitas coisas” sobre as eleições do passado domingo, cujo resultado fornecido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) – questionado por numerosos países – o ratificou como presidente reeleito. Os protestos deixaram pelo menos 11 civis mortos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, nesta quinta-feira (01), que está preparando prisões de segurança máxima para receber os manifestantes detidos durante os protestos que eclodiram depois de sua questionada reeleição. “Estou preparando duas prisões que devo ter prontas em 15 dias, já estão sendo reparadas”, disse Maduro em um ato transmitido pelo canal estatal VTV. “Todos os manifestantes vão para Tocorón e Tocuyito, presídios de segurança máxima”, acrescentou, em alusão a duas prisões que estiveram por anos sob controle de quadrilhas até serem ocupadas pelas forças de ordem no ano passado.

Tocorón, por exemplo, era centro operacional da temida quadrilha ‘Trem de Aragua’. Mais de mil pessoas foram detidas desde que eclodiram os protestos contra a reeleição de Maduro, que a oposição considerou fraudulenta. “Temos mais de 1.2 mil capturados e estamos procurando mais mil. Vamos pegar todos, porque eles foram treinados nos Estados Unidos, no Texas; na Colômbia, no Peru e no Chile“, disse o presidente, sob forte pressão internacional por mais transparência acerca dos resultados eleitorais.

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Maduro se refere aos manifestantes como “terroristas“, “delinquentes” e membros de “quadrilhas de nova geração”, que comparou às gangues no Haiti e às ‘maras’ centro-americanas. “Querem transformar a Venezuela em um novo Haiti”, afirmou o mandatário. “Há muito caminho a percorrer, então que se façam estradas”, acrescentou, em alusão à “reeducação” que será implementada nestes presídios. Os protestos deixaram pelo menos 11 civis mortos, além de um militar também vitimado. A oposição estima o número de mortos em 16.

Liderados por María Corina Machado e seu candidato, Edmundo González Urrutia, os opositores denunciaram uma “escalada cruel e repressiva do regime”. Em meio às manifestações, houve derrubadas de estátuas do falecido ex-presidente Hugo Chávez, assim como foram vandalizados alguns painéis com o rosto de Maduro que cobrem as avenidas de todo o país.

*Com informações da AFP

Publicado por Marcelo Bamonte

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