Membro de família de criminosos da Argentina é preso em São Paulo

Daniel “Maguila” Puccio apresentou documentos falsos durante viagem de ônibus. A família Puccio foi responsável pelo sequestro e morte de empresários argentinos na década de 1980

  • Por Jovem Pan
  • 18/09/2019 14h17 - Atualizado em 18/09/2019 14h22
Daniel 'Maguila' Puccio, membro de clã familiar responsável por sequestro e mortes na Argentina, é preso no Brasil

O criminoso argentino Daniel “Maguila” Puccio, membro de um clã em família que sequestrou e matou empresários na década de 1980, foi preso em São Paulo, após apresentar documentos falsos durante uma viagem de ônibus na manhã de segunda-feira (16).

Maguila, como ficou conhecido, está no Centro de Detenção Provisória (CDP), em Pinheiros, na capital paulista, em uma ala para estrangeiros que aguardam julgamento. Caso seja condenado, será levado para a prisão de Itaí, única cadeia exclusiva para estrangeiros no Brasil, localizada no interior de São Paulo.

De acordo com a polícia, o argentino demonstrou nervosismo durante uma operação de busca de drogas no veículo.

Após consultarem o sistema informatizado da polícia e constatar que o documento era falso, Maguila foi preso, apresentou seu passaporte verdadeiro, e foi identificado como pertencente à família de criminosos argentinos.

Apesar de ter sido condenado, em 1996, a 13 anos de prisão pelo seu envolvimento no sequestro de uma empresária argentina, a condenação de Puccio prescreveu, pois ele nunca foi encontrado. Maguila esteve desaparecido durante 15 anos.

A ocorrência foi registrada no 4º Distrito Policial de Itu, no interior paulista. A assessoria da Polícia Militar informou que Daniel ficará preso no CDP de Pinheiros por pelo menos 30 dias, prazo para que se conclua o inquérito. Após a conclusão, a juíza marcará audiência, para que defesa e acusação se manifestem, e o julgamento será concluído.

Apesar de ter participado de sequestros e assassinatos, não há, atualmente, nenhuma ordem de prisão ou de extradição contra Daniel, pois os crimes prescreveram.

Família criminosa

A história da família Puccio, que aterrorizou a Argentina na década de 1980, foi retratada no filme “O Clã” (2015), dirigido por Pablo Trapero, vencedor do Urso de Prata para melhor diretor, no Festival de Veneza. Pai e filhos atraíam empresários conhecidos e os mantinham em cativeiro dentro de sua própria casa no bairro de San Isidro, em Buenos Aires. Em seguida, cobravam o resgate e, depois de receber o dinheiro, os matavam.

Três empresários foram mortos pelo clã em família. No último crime dos Puccio, o sequestro da empresária Nélida Bollini de Prado, os criminosos foram descobertos pela polícia argentina. Ela foi a única sobrevivente entre os sequestrados pela família.

No ano de 1985, Daniel foi preso. Em 1988, ele foi solto, pois havia cumprido o prazo de prisão sem condenação. Dez anos depois, em 1998, recebeu a condenação de 13 anos de prisão pela sua participação no último sequestro do clã, mas fugiu da Argentina e passou mais de uma década desaparecido. A condenação prescreveu em 2011.

O pai, Arquímedes Puccio, e o irmão mais velho, Alejandro, foram condenados à prisão perpétua, passaram vários anos presos, mas morreram em liberdade. Arquímedes morreu em 2013, de acidente vascular cerebral. Alejandro morreu em 2008, por uma infecção provocada pelos ferimentos de quatro tentativas de suicídio.

*Com informações da Agência Brasil

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.