Memorial do holocausto é atingido por dois mísseis russos; Babi Yar foi maior massacre nazista na Ucrânia

Em declaração feita por meio de uma rede social, Volodymyr Zelensky criticou o fato das mídias não estarem falando sobre o assunto e disse que a história está se repetindo

  • 01/03/2022 18h30
Handout / UKRAINE PRESIDENCY / AFP Babi Yar Mais de 30 mil judeus foram assassinado no Babi Yar

Dois mísseis russos atingiram nesta terça-feira, 1, o Memorial do Holocausto Babi Yar. A informação foi confirmada pelo presidente do Conselho Consultivo da BYHMC, Natan Sharanksy. Por meio do comunicado, Sharanksy se posicionou sobre o ocorrido dizendo que “é simbólico que ele [Putin] comece a atacar Kiev bombardeando o local do Babyn Yar, o maior massacre nazista”. Vale lembrar que Dmitri Peskov, porta-voz do governo russo, falou no início da invasão russa, na quinta-feira, 28, que o objetivo central era ‘limpar a Ucrânia de nazistas’.

O memorial fica em frente a torre de TV que foi bombardeada pela manhã e deixou 5 pessoas mortas. No comunicado, Sharanksy falou que “não devemos permitir que a verdade – mais uma vez – se torne vítima da guerra”, relembrando o massacre acontecido na região durante a Segunda Guerra Mundial que assassinou mais de 30 mil judeus. Junto com outros funcionários que trabalham no memorial, Sharanksy declarou que “como especialistas que trabalham com pesquisa e comemoração do Holocausto, estamos profundamente indignados que o país agressor tenha usado a retórica genocida para justificar suas ações vergonhosas. A Rússia instrumentalizou vulgarmente a retórica antinazista e está tentando assumir o papel de um combatente contra o nazismo”.

Memorial do Holocausto

O ocorrido foi citado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em um post no Twitter. “Para o mundo: qual é o sentido de dizer “nunca mais” por 80 anos, se o mundo fica em silêncio quando uma bomba cai no mesmo local de Babyn Yar? Pelo menos 5 mortos. História se repetindo…”, declarou o presidente fazendo uma crítica às mídias ao redor do mundo por não estarem falando sobre o ocorrido e só relatando a destruição de uma torre televisiva. Uma carta aberta foi enviada ao Sr. Karim AA Khan QC, Promotor do Tribunal Penal Internacional. Nela, os signatários prometeram: “Como especialistas em pesquisa sobre crimes contra a humanidade, coletaremos e registraremos minuciosamente evidências de crimes contra a humanidade cometidos pelos agressores russos.

 

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