Mesquita com 80 civis é bombardeada em Mariupol
Havia turcos entre as vítimas; apesar da Turquia ser membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte, nem o grupo e nem o país se pronunciaram até o momento
Uma mesquita que abrigava 80 civis, incluindo turcos, foi bombardeada pela Rússia em Mariupol – cidade portuária no sudeste da Ucrânia que tem milhares de pessoas sitiadas há dias. A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores ucraniano neste sábado, 12. Não foi divulgado quando o ataque foi realizado. “A mesquita do sultão Suleiman, o Magnífico, e sua esposa Roxolana (Hurrem Sultan) em Mariupol foi bombardeada por invasores russos. Mais de 80 adultos e crianças estavam abrigados lá, contra os bombardeios, incluindo cidadãos da Turquia”, escreveu a página oficial da Pasta no Twitter.
O governo da Turquia, que é um país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ainda não se pronunciou sobre os relatos de ataque contra a mesquita. Contatado pela agência de notícias AFP, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia disse não ter informações sobre o ocorrido. A Turquia está dividida diante do conflito bélico do leste europeu, já que é próxima de Moscou, mas também integra a Otan. Nesta semana, foi realizado no país, mais especificamente na cidade de Antália, um dos encontros mais importantes entre a diplomacia da Rússia e da Ucrânia desde o início da guerra, contando com os ministros de Relações Exteriores das duas nações.
O consulado turco em Odessa, um importante porto no sul da Ucrânia, foi quem pediu que os cidadãos turcos em Mariupol se refugiassem na mesquita. O pedido foi feito pelo Twitter no dia 7 de março. Na última sexta-feira, 11, o chanceler ucraniano Dmytro Kuleba afirmou que já há mais de 1.500 mortos em Mariupol, contados desde que a cidade passou a ser bombardeada. “Mariupol é agora a pior catástrofe humanitária do planeta. 1.582 civis mortos em 12 dias”, disse o chefe da diplomacia do país.
A cidade é considerada estratégica por ser portuária e próxima da Crimeia e ter acesso a todo o mar de Azov. Há relatos de que milhares de pessoas estão presas na cidade, sem conseguir acesso a ajuda humanitária, água, comida, remédios, gás ou eletricidade. É uma situação “quase desesperadora”, alertou Médicos Sem Fronteiras (MSF) na última sexta. Uma nova tentativa de criar um corredor de evacuação de civis está sendo planejado para este sábado, para levar os cidadãos em direção a Zaporizhzhia, cerca de 200 km a noroeste, como informou a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk. Segundo os ucranianos, os russos atacam rotas de evacuação há dias, mas os russos negam e fazem acusações c0ntrárias.
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