Milei confirma plano de fechar Banco Central e promete privatizar empresas de petróleo e comunicação 

Presidente eleito afirmou que seu plano levará entre 18 e 24 meses para conter a inflação na Argentina, na casa dos 140% anuais

  • Por Jovem Pan
  • 20/11/2023 10h57 - Atualizado em 20/11/2023 10h59
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Reprodução/YouTube El Peluca Milei javier milei Javier Milei foi eleito presidente da Argentina

Um dia após vencer as eleições na Argentina, o ultraliberal Javier Milei confirmou nesta segunda-feira, 20, que irá fechar o Banco Central e dolarizar a economia. Em entrevista à “Rádio Continental”, o presidente eleito afirmou que, conforme suas estimativas, seu plano levará entre 18 e 24 meses para conter a inflação no país, na casa dos 140% anuais. “Fechar o Banco Central é uma obrigação moral, e dolarizar (a economia) é uma maneira de nos livramos do Banco Central”, disparou ao veículo de comunicação local. Milei também declarou que manterá a taxa de câmbio num primeiro momento e não levantará a limitação ao estoque de dólar de bancos do país, imposta pelo atual presidente, Alberto Fernández,. “Antes de levantar a limitação ao estoque do dólar, é preciso resolver o problema da Leliq (a taxa básica de juros do país. Vamos tentar fazer isso o mais rápido possível, porque, se não, a sombra da hiperinflação estará aqui o tempo todo”, acrescentou.

Já à rádio “Mitre”, o presidente eleito reforçou que irá privatizar as empresas de petróleo e comunicação da Argentina. “Tudo o que puder estar nas mãos do setor privado, estará nas mãos do setor privado”, comentou, ao ser perguntado sobre a petroleira YPF e as redes de informação TV Pública, Rádio Nacional e Télam. No entendimento de Milei, a empresa de petróleo precisar ser “reconstruída” rapidamente. Já os canais “se tornaram um mecanismo de propaganda”. “Os 75% que se falou do nosso espaço foi feito de forma negativa, com mentiras e fertilizando a campanha do medo”, opinou.

Na noite de domingo, 19, logo após a vitória, Milei já havia declarado que, se seguir neste caminho, a Argentina será “novamente uma potência mundial” em 35 anos. “Sabemos que tem gente que vai resistir, tem gente que quer manter esse sistema de privilégios para alguns e isso empobrece a maioria dos argentinos. A todos quero dizer que está tudo dentro da lei, nada está fora da lei”, disse. “Seremos implacáveis ​​com aqueles que querem usar a força para defender os seus privilégios. Queremos pedir ao governo que seja responsável, que compreenda que chegou uma nova Argentina e que aja em conformidade. Que assuma a sua responsabilidade até ao final do mandato do dia 10 do dia 12. Assim, uma vez terminado o mandato, podemos transformar esta realidade tão trágica para milhões de argentinos […] Chega de modelo de casta empobrecedor.”

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