Milhares de iraquianos atacaram a Embaixada dos EUA em Bagdá

  • Por Jovem Pan
  • 31/12/2019 11h27
Reprodução/Twitter De acordo com uma fonte do Ministério do Interior do Iraque, nem o embaixador nem os funcionários dos EUA estão dentro do edifício

Centenas de manifestantes simpatizantes da milícia pró-governo iraquiano Multidão Popular, composta principalmente por xiitas, invadiram a Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá nesta terça-feira (31), após os ataques americanos ao grupo na noite do último domingo (29).

Os manifestantes conseguiram entrar na sede diplomática e incendiaram parte do muro que a cercava, além de algumas cabines e torres de vigilância, enquanto os seguranças da delegação tentavam dispersar o tumulto com gás lacrimogêneo.

De acordo com uma fonte do Ministério do Interior do Iraque, que pediu anonimato, nem o embaixador nem os funcionários dos EUA estão dentro do edifício. A fonte garantiu que centenas de pessoas atravessaram a ponte Al Mualaq para chegar à Zona Verde, onde estão localizados os edifícios do governo e as embaixadas, e que no início alguns manifestantes tentaram escalar a parede de cimento que circunda o prédio dos Estados Unidos.

Os manifestantes chegaram ao prédio e organizaram uma concentração depois de participarem dos funerais das vítimas do bombardeio americano contra a milícia xiita Kata’ib Hezbollah (KH), que opera sob o guarda-chuva da Multidão Popular, que relatou que 25 de seus homens morreram no domingo.

Após chegarem à Zona Verde, os manifestantes entoaram frases contra os EUA e montaram barracas em frente à Embaixada americana, onde também hastearam bandeiras do Itaque e da Multidão Popular. Entre os que se reuniram em torno da sede diplomática estavam os principais líderes da Multidão Popular, incluindo o presidente, Faleh al Fayad, o vice-presidente, Abu Mahdi al Mohandes, e o líder da organização xiita Badr, Hadi al Ameri.

O ataque de hoje vem depois dos ataques de domingo, que por sua vez respondem ao lançamento de foguetes e mísseis contra bases e instalações militares com presença americana, que Washington atribui às milícias xiitas. No dia 27, um empreiteiro americano foi morto em um desses ataques contra a base militar K1 em Kirkuk (norte), sendo a primeira fatalidade neste tipo de incidente nos últimos meses.

As autoridades políticas e religiosas do Iraque condenaram a resposta dos EUA, e o governo classificou a ação como “uma violação à soberania iraquiana”.

O proeminente clérigo xiita Muqtada al Sadr afirmou, na segunda-feira (30), que está disposto a “expulsar” os EUA do Iraque “por meios políticos e jurídicos” e, para isso, pediu a colaboração das instituições e dos partidos políticos.

*Com informações da Agência EFE

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