Milhares de pessoas protestam contra visita de Trump à Escócia

  • Por Agência EFE
  • 14/07/2018 13h56 - Atualizado em 14/07/2018 14h02
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EFE/Robert Perry "Carnaval da Resistência" contou com o "Baby Trump" e reuniu 50 mil pessoas em Edimburgo, na Escócia

Milhares de pessoas participaram neste sábado de uma passeata que começou na frente da sede do Parlamento da Escócia, em Edimburgo, e passou por várias ruas do centro da cidade em protesto contra as políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que neste fim de semana faz uma visita particular ao país.

Os cerca de 50 mil manifestantes, segundo os organizadores do protesto chamado informalmente de “Carnaval da Resistência”, foram até o parque de Meadows, onde foi inflado o “bebê Trump” – um balão que caricatura o presidente americano como um bebê de feição irritada usando fraldas e segurando um celular. O mesmo balão foi usado em outro protesto similar, realizado ontem, no centro de Londres.

A manifestação foi convocada pela plataforma “Scotland against Trump” (“Escócia contra Trump”), e vários dos participantes carregavam bandeiras e cartazes com mensagens de apoio ao México, à Palestina e à comunidade LGTBI, entre outras palavras de ordem contra o político e empresário.

“Trump é um lunático que vai a tomar decisões que vão afetar o mundo inteiro, incluindo o futuro da minha filha. É incrível que tendo uma mãe imigrante ele tenha essas posições sobre imigração. É um homem horrível, um mentiroso que espero que vá embora logo”, disse à Agência Efe Elena Smith, uma escocesa que foi ao protesto com a filha, de cinco anos.

Ela frisou que o protesto não é contra o povo dos Estados Unidos, mas contra as ideias e políticas que Trump representa.

“Meu pai é americano e obteve a nacionalidade canadense quando Trump ganhou. As pessoas não querem ser associadas com isso, não é um presidente que as representa. Ele está destruindo tudo o que foi conseguido em áreas como feminismo, políticas contra o racismo e a mudança climática”, alegou.

Sobre o fato de Trump não ter ido a qualquer ato oficial durante o fim de semana e não ter sido recebido pela ministra principal, Nicola Sturgeon, outro manifestante, o inglês Simon Jenkin, opinou que esta decisão do governo escocês foi acertada, mas criticou o governo do Reino Unido.

“Não posso acreditar que o governo britânico, que diz estar orgulhoso de respeitar a liberdade de expressão e de informação e conta com uma grande história acolhendo refugiados e imigrantes aceite a visita de um presidente que está contra tudo isso e só defende o ódio e a divisão”, afirmou.

Na praça do Parlamento, políticos como o líder do Partido Trabalhista escocês, Richard Leonard, e deputados do Partido Nacionalista Escocês (SNP) e do partido Os Verdes reiteraram em seus discursos que Trump não é bem-vindo em solo escocês.

Outros protestos foram realizados também hoje contra Trump nos arredores do campo de golfe do presidente americano que fica na região de Aberdeenshire, no nordeste da Escócia, assim como nas imediações do complexo Turnberry, no extremo sudoeste, onde ele e sua esposa Melania estão hospedados.

Como o próprio Trump escreveu neste sábado no Twitter, ele espera passar o fim de semana entre “reuniões, ligações e, com sorte, um pouco de golfe”, esporte que ele considera ser sua “principal forma de exercício”.

No domingo, Trump embarcará para Helsinque, na Finlândia, para a reunião que terá na segunda-feira com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

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