Ministro israelense pede ‘evacuação temporária’ de palestinos na Cisjordânia

A região ocupada vive a maior espiral de violência das últimas duas décadas e, até agora, em 2024, mais de 310 palestinos foram mortos por fogo israelense

  • Por Jovem Pan
  • 28/08/2024 09h29
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EFE/ATEF SAFADI Um veículo aéreo não tripulado (UAV) do Hezbollah cruzando vindo do Líbano é interceptado por um combatente israelense em uma área próxima à fronteira entre o Líbano e Israel O Exército israelense intensificou as suas já frequentes incursões na Cisjordânia após o ataque do Hamas em 7 de outubro

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, defendeu nesta quarta-feira (28) a “evacuação temporária” da população palestina da Cisjordânia como medida para combater a presença de grupos armados no território ocupado. “O Irã está trabalhando para estabelecer uma frente terrorista oriental contra Israel na Cisjordânia, nos moldes de Gaza e do Líbano, financiando e armando terroristas e contrabandeando armas avançadas da Jordânia”, escreveu hoje Katz na rede social X. “Devemos enfrentar a ameaça da mesma forma que abordamos a infraestrutura terrorista em Gaza, incluindo a evacuação temporária dos residentes palestinos e quaisquer medidas necessárias. Esta é uma guerra para todos e devemos vencê-la”, acrescentou.

Izzat al Rishq, membro do gabinete político do grupo islâmico Hamas, criticou as palavras do ministro, as quais descreveu como um “apelo fascista para expandir o círculo de destruição, genocídio e limpeza étnica contra os cidadãos palestinos”. Em um comunicado, o alto responsável islâmico lamentou que a mensagem de Katz demonstra a impunidade com que Israel e seus líderes operam, e pediu à comunidade e às organizações internacionais que tomem medidas para julgá-los perante o Tribunal Penal Internacional.

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Enquanto isso, prosseguem as incursões militares israelenses na Cisjordânia, nos campos de refugiados de Jenin e Tulkarem, entre outros pontos do norte, nas quais pelo menos nove palestinos já morreram somente hoje, segundo informou o Crescente Vermelho. Por volta da meia-noite, as forças especiais israelitas atacaram as províncias de Tulkarem, Jenin e Tubas com veículos militares, drones, franco-atiradores e escavadoras, bloqueando o acesso das suas ambulâncias e a sua chegada aos hospitais.

A Cisjordânia ocupada vive a maior espiral de violência das últimas duas décadas e, até agora, em 2024, mais de 310 palestinos foram mortos por fogo israelense, a maioria deles milicianos, mas também civis, incluindo 50 menores de idade, baseada em dados do Ministério da Saúde palestino. O Exército israelense intensificou as suas já frequentes incursões na Cisjordânia após o ataque do Hamas em 7 de outubro e, desde então, cerca de 650 palestinos morreram em incidentes violentos com tropas e outra uma dúzia com colonos, incluindo pelo menos 147 menores. Do lado israelense, neste ano já morreram 22 pessoas (11 militares e 11 civis, pelo menos seis deles colonos), a maioria delas em ataques perpetrados por palestinos, tais como tiroteios ou esfaqueamentos.

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*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte 

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