Moscou diz que rebeldes ucranianos pediram apoio militar; EUA afirma que tanques russos estão de prontidão

Separatistas estariam buscando se defender de agressão do exército comandado pelo governo de Kiev, segundo porta-voz do Kremlin

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2022 21h02
Maxar Technologies / AFP Comboio de tropas russas posicionadas próxima à fronteira com a Ucrânia em imagem de satélite Imagem de satélite mostra comboio de tropas russas posicionadas próxima à fronteira com a Ucrânia

A crise na fronteira entre Rússia e Ucrânia segue se agravando e teve novos desdobramentos nesta quarta, 22. Segundo o governo russo, os rebeldes separatistas das regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk pediram auxílio militar a Vladimir Putin. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que as repúblicas separatistas “pedem ajuda ao presidente da Rússia para combater a agressão das forças armadas ucranianas”. As autoridades ucranianas afirmam que tal agressão não ocorreu, e o governo russo não informou como Putin respondeu ao pedido. O vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Mykailo Fyodorov, afirmou que o país foi alvo de um ataque cibernético no fim da tarde, que afetou vários bancos, além de sites oficiais. Não era possível acessar a página oficial do gabinete de ministros ucraniano, nem a do Ministério das Relações Exteriores, por exemplo. As autoridades ucranianas culpam os russos pelo ataque, e Moscou nega.

O governo dos Estados Unidos teme que a Rússia comece a mover tanques para além da fronteira nos próximos dias. “Eles estão prontos para ir se receberem a ordem”, disse um alto funcionário do Pentágono a repórteres. O funcionário, falando sob condição de anonimato, disse que todas as forças que os Estados Unidos esperavam que Moscou reunisse na crise da Ucrânia estão agora posicionadas entre 5 e 50 km da fronteira ucraniana e que ainda cabe a Putin dar a ordem final para lançar um ataque. O Senado russo já aprovou uma ação militar nas regiões de Donetsk e Luhansk após Moscou reconhecer a independência das duas “repúblicas”, ainda consideradas como território da Ucrânia pela maioria dos outros países. Moscou argumenta que há um genocídio no local, sem apresentar provas, e que ações militares ucranianas estariam colocando em risco vidas humanas, incluindo crianças.

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