‘Não é aconselhável sair de casa’, diz guia de turismo brasileira na Itália
Mesmo com o avanço expressivo do novo coronavírus na Itália e o aumento considerável de mortes pela doença, parte da população italiana continua circulando pelas ruas de Florença, município localizado na região Toscana do país.
A arquiteta e guia de turismo Bárbara Campanaro, em entrevista ao Jornal da Manhã nesta sexta-feira (20), contou como está o dia-a-dia na cidade e a preocupação com a queda financeira.
Segundo ela, que mora no país há mais de 10 anos, ao chegar ao município após viagem ao Brasil, imaginava encontrar uma “cidade fantasma”, mas o que viu foram muitos cidadãos às ruas, carros circulando e pessoas fazendo exercícios. A movimentação no país, que está em quarentena total, não é aconselhada pelos órgão públicos.
“Isso me deixou mais tranquilizada, porque achei que ficaria completamente isolada. Mas depois percebi que não é positivo. Eu sai de casa, nesses últimos sete dias, uma vez para pegar um documento que estava no carro. Não é aconselhável sair, é necessário de fato ficar em casa. Não podemos ficar achando desculpas para sair a todo o momento.”
O governo italiano ainda não se pronunciou oficialmente sobre a ampliação de medidas de isolamento e quarentena. Entretanto, para a guia de turismo, as restrições, previamente estabelecidas até dia 03 de abril, deve ser estendida pelas autoridades.
“De fato, ainda não alcançamos o ponto máximo da situação, do problema. Então, com certeza, em abril ainda estaremos em quarentena.”
Até o momento, a Itália já teve cerca de 41.035 casos de coronavírus confirmados e 3.405 mortes pela doença.
Economia
A pandemia do novo coronavírus também traz efeitos para a economia global. Bolsas de valores em quedas e projeções de crescimento diminuindo já são alguns dos efeitos da crise eminente causada pela doença.
Em Florença, de acordo com Bárbara, com a quarentena e o avanço do novo vírus, o número de turistas caiu significativamente, o que já impacta na economia da cidade. os impactos financeiros já são sentidos e obrigam uma resposta do governo.
“Basta pensar a taxa turística, nos hotéis e apartamentos, os turistas têm que pagar cerca de 3,50 euros por dia e por pessoa. Florença está deixando de ter uma arrecadação muito grande.”
Segundo Bárbara, o governo italiano está discutindo aprovar um auxílio de 600 euros destinado aos profissionais liberais, como ela, que estão sofrendo com os impactos da crise. Embora o valor único “não resolva todos os problemas”, a guia afirma que é uma ajuda válida.
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