‘Não existem líderes no mundo capazes de parar guerra entre Israel e Hamas’, diz embaixador da Palestina

Ibrahim Khraishi disse que a questão Palestina testa as leis internacionais e sua eficiência: ‘Não fazê-lo enviará a mensagem de que o direito internacional não tem credibilidade’, alfinetou

  • Por Jovem Pan
  • 26/10/2023 14h13
REUTERS/Denis Balibouse embaixador palestino na ONU Embaixador palestino na ONU em Genebra, Ibrahim Khraishi

Em entrevista coletiva organizada pela Associação de Correspondestes das nações Unidas (ACANU), o embaixador palestino na ONU em Genebra, Ibrahim Khraishi, disse que atualmente não existem líderes no mundo capazes de parar a guerra entre Israel e Hamas. “Negociamos no passado com israelenses sábios”, disse o embaixador, recordando sua participação nas negociações concluídas há três décadas com os Acordos de Oslo, “mas já não há, parece que não existem líderes no mundo capazes de parar tudo isso e encontrar uma solução pacífica”, disse Khraishi, que também alfinetou a comunidade internacional e disse que ela precisa lidar com as causas que deram origem a atual crise no Oriente Médio. Há 20 dias, Israel e Hamas estão em guerra e, como saldo deste conflito, mais de 8.000 pessoas já morreram. São 7.028 mortos na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do enclave, e 1.400 em Israel.

“A comunidade internacional deve enfrentar as causas que deram origem à atual crise e ao recorrente ciclo de violência, que principalmente são 75 anos de política israelense de apartheid contra o povo palestino, incluindo 56 anos de ocupação da Cisjordânia e 16 anos de bloqueio de Gaza”, declarou Khraishi. Para o palestino, a questão palestina testa as leis internacionais, o que faz com que seja fundamental para testa a viabilidade e eficiência. “Não fazê-lo ou usar padrões duplos enviará a mensagem de que o direito internacional não tem credibilidade”, disse. Ele também revelou que nos últimos dias tem intensificando seus contatos diplomáticos em Genebra, com reuniões recentes com altos funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outros. Além disso, também se reuniu com o grupo de embaixadores da América Latina e do Caribe, anteriormente fez o mesmo com os de Estados árabes e africanos, e na próxima semana prepara um encontro com os chefes das delegações europeias.

“Fazemos todo o possível para envolvê-los, pedimos-lhes que levantem a voz e usem sua autoridade para, em primeiro lugar, conseguir um cessar-fogo”, disse o chefe da delegação diplomática palestina, que afirmou estar “disponível” para uma reunião com sua homóloga israelense em Genebra, embora por enquanto não haja vontade do outro lado. Em sua declaração, Khraishi fez um apelo a comunidade internacional. Pediu que suspenda seus laços bilaterais com Israel e “interrompa o apoio militar, econômico e político” a esse Estado até que cumpra as normas internacionais, em resposta ao seu cerco a Gaza, região que tem sido constantemente bombardeada e que há 19 dias vive um cerco total, que impediu o acesso da população a alimentos, água, combustível e eletricidade, “é uma flagrante forma de punição coletiva em que a fome é usada como arma”, condenou o diplomata palestino. Khraishi exigiu um embargo de armas a Israel, assim como uma intervenção dessa comunidade internacional “para proteger a vida dos civis palestinos”.

*Com informações da EFE

 

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