Naufrágio mata mais de 100 na costa da Líbia; sobreviventes são detidos

  • Por Jovem Pan
  • 11/09/2018 08h52
Sara Creta/MSF Pelo menos 171.635 imigrantes ilegais conseguiram chegar à Europa em 2017, enquanto 3.116 desapareceram no mar

Mais de cem pessoas desapareceram nas águas do Mediterrâneo no naufrágio de um bote no litoral da Líbia, informou nesta terça-feira a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Outros 276 migrantes, que conseguiram sobreviver ao desastre, foram capturados pela Guarda Costeira líbia e levados a um centro de detenção onde permanecem desde então custodiados em más condições. Entre eles há várias mulheres grávidas e um grande número de menores de idade

De acordo com as informações recebidas pela equipe de MSF, dois botes de borracha teriam deixado a costa da Líbia no início da manhã de sábado, 1º de setembro. Cada bote transportava mais de 160 pessoas de diferentes nacionalidades, como sudaneses, malianos, nigerianos, camaroneses, ganenses, líbios, argelinos e egípcios.

A tragédia ocorreu no litoral da cidade de Khoms, um dos principais núcleos das máfias do tráfico de pessoas nos arredores de Trípoli, quando um dos abarrotados botes infláveis que saíram ao mesmo tempo perdeu ar e começou a afundar.

O litoral que se estende entre Trípoli e a fronteira com a Tunísia se transformou nos últimos dois anos no principal reduto das máfias de tráfico de migrantes, apesar da presença de patrulhas europeias.

Segundo dados da Organização Internacional de Migrações (OIM), vinculada à ONU, pelo menos 171.635 imigrantes ilegais conseguiram chegar à Europa em 2017, enquanto 3.116 desapareceram no mar.

Desde o início de 2018, cerca de 21 mil conseguiram atravessar a chamada rota central do Mediterrâneo, que parte da Líbia e da Tunísia rumo a Itália e Malta, e mais de 1.100 morreram na travessia.

Nos últimos meses, os navios de resgate gerenciados por ONGs internacionais foram obrigados a se retirar da rota, assediados pelos serviços da Guarda Costeira da Líbia e a pressão da União Europeia e do governo italiano.

*Com informações da Agência EFE

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